“E sucedeu que, no terceiro ano de Oséias, filho de Elá, rei de Israel, começou a reinar Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá” (2Reis 18.1)
Esse versículo cita dois reis, que governam basicamente numa mesma geografia e no mesmo tempo histórico, porém, um tem o seu pior declínio e o outro, seu maior momento de avivamento.
Os textos dos capítulos 17 e 18 de 2Reis são visivelmente antagônicos. Oséias e os israelitas viviam o pior momento de sua decadência moral, sofrendo uma terrível derrota para os assírios, que desencadeou o fim da história da nação.
Em oposto a isso, Ezequias e os judeus vivem o melhor momento do despertamento espiritual, com uma milagrosa vitória sobre os assírios, e vivendo um belo momento de recomeço na nação.
Como pode dois locais tão próximos e tão semelhantes apresentarem quadros morais tão distintos?
Vejamos 3 características presentes em cada rei e sua respectiva nação, e deixemos que o Santo Espírito fale em nosso coração:
Oséias e o povo de Israel (17.9-14)
- Fez secretamente coisas que não eram retas, contra o Senhor 
A decadência de Israel começa quando os erros ocultos se tornam normais e aceitáveis. O erro público começa com práticas secretas. Que o Espírito nos alerte quanto a isso. Que nossos erros ocultos sejam devidamente tratados e purificados, pois não há nada oculto que não há de ser revelado.
- Como as nações, fizeram coisas ruins, adotando o sincretismo religioso (17.33) 
Os costumes das nações passaram a ser costumes do povo de Deus. À semelhança das nações, o povo de Deus adotou os ritos que não estavam registrados na Palavra. Oferendas em árvores e velas em montes, ídolos e imagens foram acrescentadas como prática de fé. No fim, o povo de Israel confiava em Deus e também nos deuses pagãos. Sincretismo religioso instaurado. Uma coisa é o respeito pela diversidade, outra é adotar as práticas da diversidade. Que tenhamos sabedoria.
- Não deram ouvidos aos protestos do Senhor, pelo ministério dos profetas. 
Deus protestou por diversas vezes contra seu povo. Diversos profetas foram levantados. Entre eles, Elias e Eliseu! Mas o povo não deu ouvidos à palavra. Protesto significa “grito, brado de repulsa ou de não concordância com relação a algo”. É forte imaginar que o Deus santo liberou, por diversas vezes, um brado de repulsa por não concordância com relação às atitudes de seu povo. Um Deus que protesta contra nossos atos. E usa seus profetas para isso. Que possamos ouvir e dar ouvidos aos protestos do Senhor Deus.
Os assírios são como provas que vêm, que batem em nossa porta, que nos cercam e nos amedrontam.
Ezequias e o povo de Judá (18.6)
- Se achegou ao Senhor 
Mais que se aproximar, achegar significa “ajeitar, aconchegando”. Lembro do meu gato que se aproxima, principalmente quando estou lendo, e me toca levemente com sua patinha, pedindo carinho. E ao estender a mão, ele sempre se aconchega perto de mim. Que possamos aprender a nos achegarmos perto do Senhor, e sentir seu toque, seu afago.
- Não se apartou de após ele 
A ordem negativa mostra que muitos fazem o inverso. Muitos se achegam ao Senhor, mas poucos são os que não se apartam de sua presença. Isso mostra que nossa relação com o Senhor não é apenas em momentos de precisão. Vai muito além disso. Precisamos nos aproximar e não se apartar. Muitos vêm pro culto, se aproximam de Deus, mas no dia a dia, não têm continuidade.
A permanência aqui aponta uma condição, deve ser “após ele”. Sim, o Senhor primeiro, e eu após ele. Antes de entrar em qualquer ambiente, precisamos honrar ao Senhor para que ele entre primeiro.
- Guardou os mandamentos que o Senhor tinha dado a Moisés 
Ezequias ensinou o povo de Judá a se achegar ao Senhor, permanecer em sua presença e, também, a guardar seus mandamentos. Essa aproximação e permanência na presença de Deus implica mudança naquele que se aproxima. A mudança é o resultado de guardar os mandamentos do Senhor. Ezequias tinha respeito pelo passado, mas não vivia preso no passado. A referência ao passado era a força para a tomada de atitude no tempo presente.
Decisão:
Praticar coisas secretas que desagradam a Deus, ou fazer do secreto um momento de se achegar a Deus?
Fazer coisas como os outros fazem, ou se aproximar de Deus e não se apartar?
Não dar ouvidos aos protestos do Senhor, ou guardar seus mandamentos?
É a sua decisão que leva ao ponto final, ou à vírgula do recomeço. Que o Santo Espírito nos guie.
Amém!
Erisvaldo Pinheiro Lima
Palavra ministrada em Novembro de 2022

 
 
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