Podemos dividir o livro
do Apocalipse em três partes. Ap 1.19 nos fornece essa divisão. “As coisas que
vistes”, contendo a descrição do Cristo de Deus no primeiro capítulo. “As
coisas que são”, com o detalhamento da igreja do Senhor, descrita nos capítulos
2 e 3. E, por último, “as coisas que acontecerão depois destas”, que compreendem
do quarto ao último capítulo.
Enfatizamos, a partir de
agora, a última parte. O capítulo 4 inicia a terceira e última parte do livro
do Apocalipse. É nesta seção que narra os detalhes do período tribulacional que
a terra e seus moradores vão sofrer. Já vimos anteriormente que a igreja que
guarda a Palavra de Cristo já terá sido arrebatada quando iniciar essa
tribulação. Vemos, também, que a partir do quarto capítulo não se menciona mais
sobre a igreja santa do Senhor. Após ser arrebatada, a igreja passa pelo
momento de coroação no Tribunal de Cristo e se une ao seu Senhor para sempre. A
descrição dos 24 anciãos nos fornece valiosas informações de como estará a
igreja trasladada durante a Tribulação na terra. Neste estudo, veremos a
posição da igreja durante esse terrível momento que a terra vai sofrer.
Após ter sido arrebatado
em espírito, João descreve o trono e o que está assentado sobre esse trono.
Descreve, também, outros 24 tronos que cerca o trono principal e menciona os 24
anciãos coroados e vestidos de branco que estão assentados neles. Eles aparecem
em 12 passagens de Apocalipse:
·
4.4
·
4.10
·
5.5
·
5.6
·
5.8
·
5.11
·
5.14
·
7.11
·
7.13
·
11.16
·
14.3
·
19.4.
Nestas passagens, vemos
que os 24 anciãos estão assentados em tronos com singular aproximação ao trono
de Deus; se lançam com o rosto em terra e adoram; um deles consola o choro de
João e mostra profundo conhecimento do agir do Cordeiro; têm harpas e taças de
incenso; cantam em adoração; celebram o triunfo de Deus e acrescentam o “amém”
e “aleluia” no julgamento da meretriz. A cada desenrolar dos acontecimentos da
Grande Tribulação na Terra, esses anciãos rendem adoração e glória a Deus.
Mas afinal, como podemos
identificar esses 24 anciãos?
Há, pelo menos, três
interpretações, veja:
1.
Seres angelicais: Alguns entendem que
sejam anjos governantes. Note, porém, que os anjos ficam ao redor dos anciãos
(Ap 7.11 e Ap 5.11)
2.
Santos do Antigo e do Novo Testamento:
Ainda outros acreditam que representam Israel e a igreja, juntos em adoração a
Deus e ao Cordeiro. Sendo a associação de 12 (tribos de Israel) mais 12
(apóstolos) soma 24 (o povo de Deus das duas eras).
3.
Representantes da Igreja Arrebatada: O
último grupo acredita que representam a totalidade da igreja no céu.
Defendemos essa última
interpretação. Para isso, listamos sete motivos pelos quais acreditamos que os
24 anciãos são representantes da Igreja Arrebatada:
1.
O
número 24: Remete ao trabalho sacerdotal que foi organizado por
Davi em I Crônicas 24 e 25. Os chefes, ou anciãos, das 24 turmas sacerdotais
representam uma ordem de sacerdotes. Os salvos do Antigo Testamento não podem
desempenhar a função sacerdotal no céu devido o pecado. O único grupo de salvos
que foram lavados do pecado foi a igreja arrebatada. Por isso, podemos apontar
os anciãos como representantes da igreja, com ofício sacerdotal no céu, e
estarão à serviço de Cristo, o Grande Sumo Sacerdote de Deus (1Pe 2.5,9)
2. A posição: Em
Ap 3.21 e Mt 19.28 a igreja recebe a promessa de se assentar no trono do
próprio Cristo (Oh quão insondável é essa promessa!). A posição dos 24 anciãos
que estão assentados em tronos intimamente ligados ao trono de Cristo, não
poderia ser de anjos. Estes estão ao redor do trono, e não assentados no trono.
Em Lc 1.19, o anjo Gabriel declara que assiste (estou de pé) diante do trono. Em 1 Rs 22, Micaías afirma que viu o
Senhor em seu trono e um exército de pé diante dEle. O único grupo que está assentado
em Cristo é a Igreja (Ef 2.6)
3. As vestes brancas: Em
Ap 3.4-5, vemos que a igreja de Sardes recebeu a promessa de se vestir de
vestes brancas. Na transfiguração, as vestes brancas foram vistas em Cristo (Mc
9.3), mostrando que tanto o Senhor da igreja, quanto a igreja do Senhor, se
vestirão de vestes brancas.
4. As coroas: Não
estão usando a coroa de monarcas (diadema),
na verdade, os 24 anciãos estão usando o tipo de coroa de recompensa (stephanos), que são premiadas após o
julgamento dos vencedores (Tribunal de Cristo). O ato de lançar suas coroas aos
pés de Cristo em adoração, mostra que o julgamento de coroação deve ter sido
recente.
5.
A
adoração: Aponta para a igreja. O conteúdo da adoração é
inerente à igreja: atos de criação (Ap 4.11), redenção (Ap 5.9), julgamento (Ap
19.2) e reinado (Ap 11.17).
6.
Conhecimento
íntimo do plano de Deus: Em Ap 5.5 e 7.13-14, vemos que Deus
participa do desenrolar dos eventos da tribulação aos 24 anciãos. Há uma
intimidade de conhecimento, e isso cumpre a declaração do Filho em Jo 15.15.
7.
Associação
com Cristo no ministério sacerdotal: Em Ap 5.8, os anciãos
estão com harpas e taças de incenso. Isso leva a crer que representam a igreja,
como sacerdócio ministrante, cumprindo Ap 1.6.
Assim, entendemos que os
24 anciãos são representantes da igreja arrebatada que possuem:
1.
Conhecimento íntimo de Cristo
2.
Proximidade íntima com Cristo
3.
Adoração íntima a Cristo
Estão vendo e
contemplando a glória que Cristo recebeu do Pai, que atendeu o pedido do Filho
em Jo 17.3,24. São o presente que o Pai deu ao Filho!
Encerramos este estudo
com a primeira e última adoração dos 24 anciãos registradas na visão de João.
Cremos que entoaremos essa adoração lá. Enquanto esse grande e insondável
momento não chega, que possamos ensaiar essa sublime adoração cá:
Digno és, Senhor, de receber
glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade
são e foram criadas (Ap 4.11).
Amém. Aleluia (Ap 19.4).
Fonte bibliográfica:
PENTECOST, J. Dwight, Th.D. Manual de Escatologia Uma análise detalhada dos eventos futuros. Editora Vida. Tradução: Carlos Osvaldo Cardoso Pinto
Amém. Maranata, ora vem Senhor Jesus!
Pr Erisvaldo Pinheiro Lima
Estudo ministrado na Igreja Santuário do Altíssimo, em Junho de 2019.
Fonte bibliográfica:
PENTECOST, J. Dwight, Th.D. Manual de Escatologia Uma análise detalhada dos eventos futuros. Editora Vida. Tradução: Carlos Osvaldo Cardoso Pinto