quinta-feira, 16 de maio de 2019

Escatologia: a igreja e a presente era





Partindo das afirmativas de que a aliança abraâmica é base da aliança palestina, da davídica e da nova aliança. Que é uma aliança literal, eterna e que aponta para Israel. E que, ainda, nos mostra que haverá para sempre:
·         Um povo
·         Uma terra
·         Um trono
·         Um Rei
·         Uma restauração com perdão e purificação de todo pecado

A presente era é caracterizada, então, com um adiamento do cumprimento dessas promessas ao povo judeu, para salvação de qualquer pessoa, independente de nacionalidade, que creia na obra expiatória do Filho de Deus. 

Assim, a presente era se inicia com a rejeição do Messias por Israel e termina com sua devida aceitação. Inicia quando Israel comete a blasfêmia contra o Santo Espírito, atribuindo os feitos de Cristo a Belzebu (Mt 12). E termina quando, enfim, Israel se volta em aceitação ao seu prometido Messias, no período tribulacional.

A presente era é o tempo da igreja. O tempo em que os ramos do zambujeiro são enxertados na oliveira (Rm 11). O tempo da igreja e suas características são descritos em dois lugares: Mt 13 e Ap 2 e 3:


  • ·         Mt 13


Em Mt 13, Cristo fala por parábolas, ocultando a interpretação dos líderes judaicos e dando esse conhecer tão somente aos discípulos (13.11). O seus não o recebe. Isso se dá pela blasfêmia. Abrindo então o tempo da igreja, que é o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus.

O versículo chave para entendimento é o 52:

 "Por isso, todo escriba versado no reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas"


As coisas novas são aquelas que surgiram pela não aceitação momentânea do Messias. Enquanto que as velhas são as que já haviam sido anunciadas no Velho Testamento.

As COISAS NOVAS
1. A semente e os solos: A proclamação do reino. Há solos diferentes, mas uma única semente. O mundo, a carne e o diabo se opõem à germinação e frutificação da semente. Cada vez mais, haverá uma colheita menor, que inicia com 100 e termina com 30. O mistério do semeador compara-se ao mistério da divindade de 1 Timóteo 3.16.
2. O trigo e o joio: Falsa imitação do reino. A verdadeira semeadura sempre será acompanhada com uma falsa semeadura. Ambas crescerão. O trigo (igreja) será removido (arrebatada) para o celeiro (céu). O joio (Israel) será juntado (na terra) para depois ser queimado (julgamento).  A falsidade do joio e o crescimento da mostarda comparam-se ao mistério da injustiça de 2 Tessalonicenses 2.7.
3. O grão de mostarda: Expansão visível do reino. O que começou com um punhado de propagadores, alcançou enormes proporções. Esse grão era comumente lembrado pelos judeus para classificar algo pequeno, mas que crescia muito. De fato, o grão de mostarda pode chegar a seis metros de altura em apenas um ano.
4. O fermento: Corrupção traiçoeira do reino. O grande crescimento se dará por algo que foi introduzido no interior do Reino. Sobre fermento, a Bíblia quase sempre apresenta situações negativas (Êx 12.15; Lv 2.11; Mt 16.6; Mc 8.15; 1 Co 5.6,8; Gl 5.9). Compara-se ao mistério da Babilônia de Apocalipse 17.1-7

As COISAS VELHAS
5. O tesouro escondido: A nação israelita. Onde Jesus Cristo é o comprador, o tesouro (salvação) está oculto num campo (Israel) e sua posse ainda não aconteceu (se dará no Milênio). Embora deixado de lado na presente era, fato é que o Senhor não esqueceu da aliança com seu povo de Israel. Compara-se ao mistério da cegueira de Israel de Romanos 11.25
6. A pérola: o tesouro que será removido. Cristo é o negociante que compra a pérola. A igreja, semelhante à pérola, será formada por acumulação gradual. Para que seja usada como adorno, a pérola deve ser removida de onde foi formada. Assim ocorrerá com a igreja. Compara-se ao mistério aplicável à igreja mencionado em Efésios 3.3-9; Colossenses 1.26,27; Romanos 16.25.
7. A rede: O julgamento das nações no final da tribulação. Enquanto que o julgamento do joio aponta para Israel, este aponta para as nações, pois a rede foi lançada para o mar.


  • ·         Ap 2 e 3


Aqui João descreve a presente era. Desde os primórdios da igreja até sua consumação. Há promessa de livramento da terrível tribulação para a igreja santa e julgamento da igreja apóstata, que será vomitada.

1.      Éfeso significa "amada" ou talvez "desejada".
2.      Esmirna significa "mirra" ou "amargura".
3.      Pérgamo significa "torre alta" ou "completamente casada".
4.      Tiatira significa "sacrifício contínuo".
5.      Sardes significa "aqueles que escapam".
6.      Filadélfia significa "amor fraterno".
7.      Laodicéia significa "o povo reinando ou ensinando" ou "o julgamento do povo"

Embora haja uma clara evolução nas sete igrejas, que mostra desde sua criação ao seu julgamento, não achamos apropriado datar seus momentos. Aquilo que é descrito na primeira igreja, ou na última, se aplica para toda presente era. É a descrição da igreja feita pelo Senhor. Mostra que Cristo bem conhece sua igreja, está presente. Menciona suas qualidades e exorta suas falhas. 

Éfeso fala do primeiro amor, das primeiras obras. É o início, de fato. Laodicéia fala da negação dos princípios, da apostasia. De fato, Laodicéia descreve a igreja apóstata do fim da presente era. 

O fim da presente era gira em torno de negações. Se a presente era começa com um grupo aceitando o Cristo de Deus e seus ensinamentos, o fim da presente era é acompanhada com um conjunto de negações. Veja:

·         negação de Deus (Lc 17.26; 2 Tm 3.4,5),
·         negação de Cristo (1 Jo 2.18; l Jo 4.3; 2 Pe 2.6),
·         negação do retorno de Cristo (2 Pe 3.3,4),
·         negação da fé (l Tm 4.1,2; Jd 3),
·         negação da sã doutrina (2Tm 3.1-7),
·         negação da vida separada (2 Tm 3.1-7),
·         negação da liberdade cristã (l Tm 4.3,4);
·         negação da moral (2 Tm 3.1-8,13; Jd 18),
·         negação da autoridade (2 Tm 3.4)

Resta à igreja do Senhor meditar nos trechos bíblicos que descrevem com riqueza de detalhes nossa presente era. Lembro-me, certa vez, que por um tempo fiquei bastante ofendido com algumas situações ministeriais. Pensei em sair. O que me segurou foi a exortação da parábola do semeador (Mt 13) que diz que a semente se ofende e morre por não ter raiz. Se eu saísse, a culpa era porque a semente não tinha raiz. Isso me segurou. Oro ao Senhor, para que seu Santo Espírito prepare o solo de nossos corações para receber a preciosa semente do conhecimento dos mistérios do Reino dos céus. Amém!



Pr Erisvaldo Pinheiro Lima

Estudo ministrado na Igreja Santuário do Altíssimo

Maio de 2019


Fonte bibliográfica:

PENTECOST, J. Dwight, Th.D. Manual de Escatologia Uma análise detalhada dos eventos futuros. Editora Vida. Tradução: Carlos Osvaldo Cardoso Pinto
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