segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Os dois discípulos a caminho de Emaús

Os dois discípulos a caminho de Emaús
Lucas 24
Esses dois discípulos estavam junto com os apóstolos no início da manhã daquele inesquecível domingo. Ouviram o relato das mulheres que afirmavam que o túmulo estava vazio e que tiveram visões de anjos. Ouviram também, o testemunho dos Apóstolos Pedro e João, que testificaram a ausência do corpo de Cristo no túmulo. Eram notícias impactantes que sugeriam uma possível ressurreição... mas algo aconteceu, e esses dois discípulos se ausentam de Jerusalém e partem para a pequena Emaús.

No início dos 11 Km do caminho enter Jerusalém e Emaús, os dois discípulos levantam perguntas sem respostas. Um responde à pergunta do outro com outra pergunta. O assunto era um só: Cristo. O sentimento era um só também: frustração.

  • E Cristo se aproximou deles...
A conversa deles atraiu Cristo. Há conversas nossas que podem atrair a presença de Cristo. Há outras também, que podem distanciá-lo. Que o Espírito Santo nos ensine a termos conversas assim que atraem a presença de Cristo!

Uma vez próximo, Cristo pergunta: Por que estão tristes?

A frustração e decepção geram tristezas... e esse tipo de tristeza causa problemas na nossa capacidade de percepção espiritual. Os discípulos estavam com escamas nos olhos e não reconheceram o Senhor Jesus ao lado deles. Essas escamas nos olhos faz com que não percebamos o quão próximo Cristo está. Ele ainda continua perguntando: Por que estão tristes? 

Cristo conhece um remédio contra a tristeza... sua Palavra. E durante cerca de 3 horas do caminho entre Jerusalém e Emaús, Ele vai abrindo a sua Palavra para seus discípulos. Quem momento único! O Verbo de Deus explicando a sua Palavra!

Num determinado momento da caminhada, o Senhor Jesus faz que vai pra outro lado. Logo, os discípulos o convida para continuar com eles e entrarem em sua casa. Esse fato é muito importante. Acredito que Cristo testou (e continua testando) seus discípulos. Alguns se satisfazem em andar um certo tempo com Cristo, outros querem algo a mais. Cristo continua liberando sua Palavra. E continua a nos observar se vamos querer esse algo a mais com Ele. É o tamanho de nossa sede que vai fazer o convite à Cristo para entrar em nossa casa e se assentar em nossa mesa. Os dois discípulos fizeram isso, que façamos também! 

Sentado na mesa, algo profundo acontece. Partindo e abençoando o pão, Cristo serve seus discípulos. e as escamas de seus olhos caem. Eles conseguem ver o Cristo glorificado. Esse momento profundo de intimidade na mesa, faz as escamas dos olhos caírem, e assim, podemos enxergar a glória do Senhor!

  • A hora da decisão
No momento em que os dois discípulos tem as escamas dos olhos removidas, o Senhor desaparece. Isso também é muito sugestivo. Cristo os acompanhou, sensibilizou-se com a tristeza deles, ministrou sua Palavra, entrou na casa deles, assentou-se na mesa, até mesmo partiu o pão curando seus olhos... e desapareceu! É a hora da decisão.

E os dois discípulos mais uma vez fizeram o que devemos fazer também. O texto informa que eles "na mesma hora, voltaram para Jerusalém onde estavam os onze apóstolos congregados". Quando as escamas são removidas, sentimos o desejo de estar com os congregados. Você, caro leitor, deve conhecer vários erros dos apóstolos, quando Pedro nega Cristo, o pedido dos zebedeus, a dúvida de Tomé... mas nessa hora da decisão, com as escamas de nossos olhos removidas, não perdemos tempo com os erros dos congregados. É a hora em que enxergamos a Glória do Senhor e voltarmos para Jerusalém.

Em Jerusalém, os dois discípulos anunciam o que haviam presenciado. Ao termos escamas removidas, sempre temos algo a fazer nos congregados. Os dos discípulos anunciaram o que ouviram do próprio Senhor!

E enquanto anunciavam a glória que testemunharam, o próprio Cristo apareceu no meio deles!


Alguns mestres nos sugerem que um dos discípulos a caminho de Emaús era Lucas. Isso é muito interessante. Pois se for ele mesmo, então o texto fica mais forte. Seria como se Lucas humildemente estivesse falando: eu reconheço que tinha escamas em meus olhos, estava cheio de dúvidas e tristezas, mas Cristo as removeram e eu pude contemplar sua Glória!

Oro ao Senhor, que de forma humilde e sincera, fiquemos atento quando as escamas tentam encobrir nossos olhos. São momentos de dor e dúvida, onde não enxergamos a glória do Senhor. São momentos em que somente vemos os defeitos da congregação e de seus congregados. Que o Espírito nos alerte sobre isso e remova as escamas para de fato enxergarmos a Glória do Senhor!


Em Cristo,
Bp Erisvaldo Pinheiro Lima,
Palavra ministrada em 25 de Novembro de 2016
Comunidade Evangélica Arca da Aliança

  •  Fonte de estudos:
Bíblia Revelada - Novo Testamento - Ômega. Traduzida, comentada e editada por Aldery N. Rocha

 

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A mulher samaritana que teve cinco maridos

A mulher samaritana que teve cinco maridos
Jo 4.1-42
A mulher samaritana que teve cinco maridos

A história dessa mulher mostra que o Senhor Jesus pode levantar indignos, improváveis e excluídos para usufruto de seu Reino.  Essa mulher samaritana não tinha pré-requisitos. Não seria uma das convidadas num almoço de domingo. Não era querida pelas mulheres de sua região. Um dia, porém, Cristo sentiu necessidade de passar por Samaria. E a história dessa indigna mulher se misturaria com a história do Evangelho. Algo notável acontece sempre quando a história de alguém se mistura com a história de Cristo!

A mulher samaritana que teve cinco maridos seria, na ótica humana, improvável ser escolhida para ser levantada por Cristo para ministrar na cidade de Samaria, por três simples motivos, veja:

  • Era mulher 
 O fato de ser mulher, naquela geração, era um impedimento. Os rabis evitavam qualquer contato com as mulheres em público. Por isso, a partida dos discípulos foi providencial, pois a mulher poderia não conversar na frente deles.

O Senhor Jesus continua afastando pessoas para ter um encontro com os samaritanos de hoje. Pergunto-te, querido leitor, o que Cristo precisou afastar de ti para ter um encontro contigo?

  • Era samaritana
Os judeus desprezavam os samaritanos porque era um povo de sangue e religião misturados. Por isso, os judeus não usavam os mesmos vasos que os samaritanos! Assim, podemos entender a surpresa daquela mulher quando responde "como sendo tu judeu pede água a uma samaritana?"

O improvável acontece quando Cristo está em cena. Opostos se unem. Diferenças são amenizadas. Barreiras de separação caem ao chão!

  • Tinha tido cinco maridos
Penso que isso não era motivo de orgulho pra ela. Lembro-me, na minha infância de viagens anuais para o sertão do Piauí, numa época que lá não havia eletricidade e água encanada, por isso, as mulheres iam buscar água nas cacimbas próximo ao brejo. Elas faziam isso todos os dias, no nascer do sol. O detalhe interessante é que a mulher samaritana que teve cinco maridos foi buscar água na sexta hora do dia (meio dia)! Era como  se ela evitasse o horário em que as outras mulheres estavam ali. Relações de amizades com as mulheres não era seu forte, já com os homens...

São três motivos de impedimento. Condição pessoal, social e conjugal. Afinal, que crédito ela teria ao falar com seus compatriotas?

Cristo só precisa de uma coisa nela para mudar sua história e transformá-la num instrumento vivo de sua palavra. Ela precisava ter sede! Perceba que foi Cristo que pediu pra ela água, mas no decorrer da conversa, é ela que pede água pra Cristo.  Quando Cristo escolhe alguém, Ele continua pedir algo... mas para que sejamos úteis pra Ele, nós devemos pedir o mesmo. Cristo pede seu canto, voz, mãos, coração, tempo, mas para que sejamos úteis para seu Reino, nos damos conta que somos limitados, e devolvemos o pedido... É quando oramos pedindo uma voz pra cantar, pra ministrar, mãos abençoadoras, um coração quebrantado, um tempo de qualidade... sem a ajuda do Senhor, somos incapazes. Esse clamor é a sede que Ele provoca.

  • Resultado da sede

Para ser usada na ministração em Samaria, essa mulher precisou do tratamento de purificação que Cristo oferece em sua palavra (Ef 5.26). Sua relação com o Senhor passou por níveis cada vez mais profundos.

Primeiro ela considerou o Senhor apenas como "judeu". Na sua segunda resposta, ela ponderou se aquele que havia lhe pedido água e que agora lhe oferecia águas que jorram pra vida eterna seria maior que Jacó. E finalmente, na terceira resposta ela o chama de Senhor e pede de sua água!

Veja que sua percepção do Senhor Jesus foi sendo lapidado cada vez mais. Essa mesma percepção é vista em muitos de nós. Para alguns, Cristo foi apenas um judeu histórico. Para outros, um mero personagem bíblico. Até que finalmente a ação da palavra provoca uma sede tal que o reconhecemos como Senhor que pode resolver nossa situação.

Ir naquele poço era particularmente sofrível para a mulher samaritana. E repare que em seu pedido pela água viva do Senhor, ela explica "para que eu não volte mais aqui".

Mas ter o Senhor apenas como alguém que pode resolver situação ainda não é a percepção mais profunda, embora um tanto comum nos dias de hoje.

Agora, uma vez tendo sede, a mulher samaritana passaria pelo tratamento de purificação da palavra. Sua situação oculta é revelada. Para ser útil, ela precisava ser purificada. Antes de ministrar aos samaritanos, sua história com eles precisa passar pelas palavras do Senhor Jesus. Que o Espírito Santo nos ensine isso. Que sejamos purificados antes de cada ministração!

Quando é convencida de seu histórico de pecado, sua percepção do Senhor chega a um novo nível. Ela o reconhece como profeta. Não é o mais profundo, mas repare a lapidação que está acontecendo.

Para chegar na dimensão mais profunda, Cristo libera uma forte ministração:

Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. João 4:23,24
Assim, ela chega ao nível esperado... ela o vê como Messias (que se chama Cristo)!


  •  A improvável e indigna leva o Evangelho aos samaritanos

Aquela que era desacretidada, agora era ouvida pelos samaritanos. Ela ministra Cristo! Levando a muitos daquela cidade a ter com o Senhor.

A história dela foi mudada. A história da cidade dela foi mudada. Tudo porque Cristo sentiu a necessidade de passar ali. A boa notícia é que Ele continua tendo essa necessidade. Continua afastando pessoas e permitindo situação desagradáveis para que possamos dar ouvidos à sua simples pergunta "Dá-me água para beber".  Oro ao Senhor, que sua simples e poderosa palavra continue a nos provocar sede, para que possamos devolver a pergunta em forma de pedido "dá-me dessa água". Assim, indignos que somos, mesmo com nossas histórias improváveis, poderemos levar Cristo para os samaritanos tão próximos de nós.



Que o Messias que se chama Cristo te levante!

Bp Erisvaldo Pinheiro
Mensagem ministrada em 28 e Agosto de 2016
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
João 4:23,24
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
João 4:23,24

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Sete taças da ira de Deus

Sete taças da ira de Deus

Ap 16

Serão derramadas nos últimos momentos da Grande Tribulação. O juízo de Deus será derramado para purificar a terra e causar o arrependimento dos homens. Apesar das tormentas, ainda blasfemarão contra o Senhor. Cada taça derramada, uma tormenta aos homens. Mas o maior mistério está na penúltima taça. Na sexta taça há um versículo que quebra a sequência da leitura. É o décimo quinto versículo. A sequência do justo juízo do Senhor é interrompido com esse versículo de exortação que chama muito nossa atenção. É como se o deslumbramento das cenas futuras devesse causar em nós uma vigilância quanto às nossas vestes para a iminente volta de Cristo. Veja e permita que o Espírito Santo fale contigo:

  1. A primeira taça será derramada na terra, provocando uma chaga má e maligna nos homens que terão o sinal da besta.
  2. A segunda será derramada no mar, que se torna sangue, morrendo toda alma vivente marítima.
  3. A terceira será derramada nos rios e nas fontes das águas, que se tornarão em sangue. Nesse momento, dois anjos adoram declarando a justiça de Deus.
  4. A quarta será derramada no sol, que abrasará os homens com fogo, que blasfemarão e não se arrependerão.
  5. A quinta será derramada sobre o trono da besta. Seu reino ficará tenebroso ao ponto de morderem suas próprias línguas de tamanha dor.
  6. A sexta será derramada sobre o rio Eufrates, que ficará seco para passagem dos reis do Norte. Aqui, a trindade satânica (dragão, besta e o falso profeta) abrirá sua boca liberando três espíritos malignos que seduzirão com prodígios os reis das nações para uma batalha contra o Deus Todo Poderoso. É a campanha do Armagedom.
  7. A última taça será derramada no ar e será acompanhada com uma grande voz que ecoará “está feito”. Seguido de um terremoto, a grande cidade (Jerusalém) será dividida em três partes. E Deus se lembrará da Grande Babilônia.

A sequência quase que cinematográfica é pausada na sexta taça. É o versículo que tira nossos pensamentos das poderosas cenas descritas e nos faz voltar para o hoje. A leitura das taças do Apocalipse nos aponta para meditação desse versículo:

“Eis que venho como ladrão. Bem aventurado aquele que vigia, e guarda suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas.”

É a terceira ‘bem-aventurança’ do livro de Apocalipse. O próprio Cristo é que faz o alerta. Ele virá como o ladrão. E por isso, devemos estar vigilantes e cuidadosos com nossas vestes. Para o humilde servo do Senhor, o significado dessas vestes é muito importante.

Mas, que vestes são essas?

  • Em Isaías 61.10, o profeta está regozijando, pois o Senhor o vestiu com vestes de salvação. Tão especiais e finas que são, essas vestes são comparadas às da noiva e do sacerdote.
  • Em Zc 3.1-4, o Anjo do Senhor ordena que as vestes sujas de Josué, o sumo sacerdote, sejam removidas. Essa ordem é acompanhada com a declaração “Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de vestes finas”.
  • Em Ap 19.7-8, há uma declaração nos céus que proclama a alegria das bodas do Cordeiro, que estará vestido de linho fino, puro e resplandecente. A declaração ainda explica que o linho fino é a justiça dos santos.
  • Em Mt 22.1-14, um convidado de última hora é reprovado pelo olhar minucioso do rei. Suas vestes não estavam apropriadas. Foi convidado para o banquete, porém, foi expulso.


Veja, querido leitor, que o Senhor Jesus nos faz um alerta. Devemos guardar nossas vestes. Meditando nos versículos acima, vemos que essas vestes significam nossa salvação, justificação, santidade… O cuidado com essas vestes é responsabilidade nossa. A ordem de Cristo é que devemos guardá-las. Caso não tenhamos esse zelo e cuidado, nossa vergonha estará exposta. Sim, temos ‘vergonhas’ escondidas. Somente a salvação de Cristo é capaz de esconder nossas vergonhas ocultas. Guardemos nossas vestes para a volta de Cristo. Que o Espírito alerte isso a todos que tem ouvidos pra ouvir.

Amém.

Bp Erisvaldo Pinheiro Lima
Escola de Profetas, em Julho de 2016.
Comunidade Evangélica Arca da Aliança

Fonte de pesquisa:

Jack Kelley - Compreendendo as Parábolas do Sermão do Monte - Pesquisado em 27/07/2016, disponível em http://olharprofetico.com.br/ikvot-hamashiach/211-compreendendo-as-parabolas-do-sermao-do-monte

sábado, 2 de julho de 2016

Dois cálices que Cristo não queria beber



Dois cálices que Cristo não queria beber
"Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua". 
(Lc 22.42)

e lhe deram para beber vinho misturado com fel; mas, depois de prová-lo, recusou-se a beber. 
(Mt 27.34)



Os dois cálices que Cristo não quis beber.


  • O cálice do Getsêmani
O primeiro foi no Getsêmani. O Senhor Jesus pediu pra que o Pai, se possível fosse, afastasse aquele cálice. Veja a força dessa oração. O pedido não foi apenas de não beber. O Senhor pediu pra que o Pai afastasse o cálice. Afastar é mais intenso que não beber algo.
O Senhor Jesus sabia o que viria pela frente. Ele conhecia bem as profecias messiânicas do Salmo 22. Ali estava predito que o Messias bradaria Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? O Filho de Deus seria desamparado. Os nossos pecados e suas consequências pontuais cobrariam seu mais alto preço ali, pesando sobre os ombros do Cordeiro Santo. Nossos pecados provocaram sua condenação. A condenação é esta: o afastamento de Deus. Veja:
“Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.” (Isaías 59:2).
O Filho foi desamparado pelo Pai. E o Senhor Jesus pediu, suando gotas de sangue, que se possível fosse, que o Pai afastasse esse cálice. É o cálice da comunhão com Deus.
A comunhão com Deus sendo chamada pelo Senhor Jesus de cálice é muito sugestiva. Cálices são usados em momentos muito especiais. São caros, finos, requintados, elegantes. Eles têm um toque de nobreza, e também são frágeis, devendo ser manuseados com cuidado. Olhando pra todas essas expressões adjetivas me lembro do nosso relacionamento com Deus. Que também deve ser visto como algo caro, e de fato, um preço muito alto foi pago pra isso. Relacionarmos com Deus também é algo honroso e nobre. A Bíblia está recheada de exemplos onde a figura do reino é a cena do nosso relacionamento com Deus. E também é frágil. E nós podemos ‘quebrar’ essa santa comunhão com Deus.
Cristo não queria beber o cálice para não ficar, nem por um minuto, distante de Deus. E como devemos valorizar nossos momentos de comunhão com o Senhor! Que não nos afastemos nem por um minuto de sua santa presença. O pedido foi feito. Mas, foi negado. O pedido foi acompanhado pela permanência da vontade do Pai. O cálice não foi afastado. Pelo contrário, foi aproximado. Penetrado nas pontas dos açoites, espinhos, cravos e ainda uma lança. O Filho experimentou a pior dor espiritual, o abandono do Pai. Ele bebeu o cálice. E o cálice foi afastado de nós. Não precisamos bebê-lo. Sejamos renovados com isso. Glorifiquemos o Cordeiro que bebeu esse amargo cálice em nosso lugar. Contemple o Senhor Jesus bebendo o cálice do Getsêmani e sinta-se mais próximo de Deus.

  • O cálice do calvário
Diferente do primeiro cálice, esse foi oferecido por homens. O Senhor Jesus, agora já crucificado, não aceitou beber dele.
A mistura de vinho com fel era oferecida aos soldados romanos para diminuir os sofrimentos de batalha. Era uma espécie de anestesia. Diminuía a dor física. Cristo não aceitou essa bebida. A dor física foi experimentada em todo o seu furor. Era a nossa dor. Não poderia ser anestesiada. Verdadeiramente Ele levou sobre si nossas dores!
Apesar de estar misturado, ali tinha o vinho. E o Senhor Jesus havia liberado uma misteriosa promessa de que não beberia o fruto da vide até estar conosco no Reino do Pai. Veja:
E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai (Mt 26.29).
Aqui há um forte princípio do nosso Senhor Jesus que penso ser de grande importância. Ele valoriza os momentos com seus discípulos. Se no primeiro cálice havia o distanciamento com Deus, no segundo há o distanciamento com as pessoas. Ele não provou para que comunhão entre os irmãos fosse fortalecida.
Veja que, mesmo na cruz, ele recusa o vinho. A promessa de beber do produto da vide na companhia dos irmãos falou mais alto. Estar junto com as pessoas amadas nos faz bem. É superior a dor. A possibilidade de estar junto com seus discípulos foi mais forte que a dor da cruz. A comunhão supera a dor. Oh, como devemos entender isso. Paulo entendeu bem isso.
Aos Coríntios ele disse “Deus porém consolou-nos com a chegada de Tito” (II Co 7.5,6). A Timóteo ele pede “procura vir ter comigo depressa” (2Tm 4.9) e ainda  “traga Marcos com você porque ele me é útil” (II Tm 4.11).

Veja meu querido, esse segundo cálice poderia ter aliviado a dor de Cristo, mas a promessa da comunhão com os irmãos falou mais alto. A comunhão dos irmãos consolava Paulo em seus momentos de dor. Creio que isso pode ser útil pra nós também. Oro a Deus, que a obra da Cruz, que também promove a comunhão entre os falhos santos do Senhor, seja revivida para alívio da dor. Pois, pessoas precisam de pessoas. Que o Senhor nos ensine isso.

Bp Erisvaldo Pinheiro Lima
Comunidade Evangélica Arca da Aliança
Mensagem ministrada em 01 de Julho de 2016

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Escola de profetas: as duas testemunhas de Apocalipse 11

As duas oliveiras dos dois castiçais de Apocalipse 11
Apocalipse 11


Apocalipse 11 – As duas testemunhas

Foi dada uma cana, semelhante a uma vara métrica, ao Apóstolo João. Ele deveria medir o Santuário e os que ali adoram. Constantemente, Deus mede o Santuário e os adoradores (Ez 40.3; Ap 21.15). Deus mede o louvor de seus adoradores. Isso mostra o quanto à adoração tem peso para os acontecimentos finais. O átrio exterior do Santuário não é medido. É dado aos gentios para ser pisado por 42 meses (três anos e meio).

Depois disso, serão enviadas as duas testemunhas, que profetizarão por 1.260 dias (três anos e meio). As duas testemunhas receberão poder da parte de Deus, serão mortas pela besta do abismo, seus corpos ficarão expostos em praça pública por três dias e meio e, finalmente, serão ressuscitadas pelo Espírito de vida. Nesta ocasião, está previsto um terremoto na cidade santa que matará dez mil pessoas.

O ministério das duas testemunhas é extraordinariamente semelhante a Moisés e Elias. O fogo que receberão para não serem mortos lembra o fogo de Elias (1Rs18, 2Rs1). Poder para impedir chuva lembra o que Tiago registrou em Tg 5.17. Transformar água em sangue já ocorreu em Êx 7.17-21, assim como a assolação com pragas, em Êx 7-11.

O fato de que Elias e Moisés terem aparecido no Monte da Transfiguração deve ser levado em consideração na identificação das duas testemunhas (Mt 17). Isso, não necessariamente, implica que eles ressuscitaram. Elias foi levado aos céus numa carruagem de fogo (2Rs 2) e o corpo de Moisés foi disputado numa batalha entre Miguel e demônio (Jd 9), após ter sido sepultado pelo próprio Deus (Dt 34.5-6) e “ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura”.

As duas testemunhas são identificadas no versículo quatro como as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante de Deus. Essa cena também foi vista por Zacarias em Zc 4.11, onde uma delas representa Zorobabel. Diante do altar do Senhor há sete castiçais, que representam a igreja. Há também esses outros dois castiçais que parece representar os profetas de Israel. Por detrás dos castiçais há um depósito de azeite. Ali não falta azeite. Representam a unção desenvolvida pelos profetas no exercício de seu ministério, como a unção que estava em João Batista, semelhante à de Elias, onde o próprio Senhor Jesus disse ‘Elias veio’ (Mt 17.10-11). Essa unção foi derramada sobre os profetas da Antiga Aliança. Essa unção será derramada mais uma vez nas duas testemunhas. Não há como afirmar que elas serão Moisés e Elias em pessoa. Mas podemos afirmar que terão o ministério profético com mesma unção que teve Moisés e Elias.

Há de se ressaltar sobre a origem dessas unções. O azeite da igreja está nos sete castiçais. O azeite dos profetas do Antigo Testamento está em outros dois castiçais, diferenciados pelas duas oliveiras. São unções diferentes. Ministérios proféticos diferentes. Os profetas da igreja se diferem em unção dos profetas da Antiga Aliança. A revelação da igreja não é a mesma da Antiga Aliança. Na igreja, o Espírito revela (Jo 16.13). Na Antiga Aliança, era algum anjo enviado por Deus (Dn 10). Os ministros da palavra da igreja não recebem revelações de anjos e nem profetizam como os profetas da Antiga Aliança. Os profetas da igreja profetizam para edificação, exortação e consolação (1Co 14.3), inspirados pelo Santo Espírito. Os pregadores de hoje devem fazer bem essa diferenciação. Que o Espírito sopre essa diferença em nossos corações.

Esse ministério profético do Velho Testamento será levantado mais uma vez nas duas testemunhas na fase final do período da Tribulação. Período que a igreja não estará mais por aqui (Maranata!).

Bp Erisvaldo Pinheiro Lima
Comunidade Evangélica Arca da Aliança
Estudo ministrado na Escola de Profetas em 22 de junho de 2016.


Fontes de estudos:

Bíblia Revelada - Novo Testamento - Ômega. Traduzida, comentada e editada por Aldery N. Rocha
Galvão, Eduardo. Significado de Apocalipse 10 e 11. Setembro de 2015. Disponível em:

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Escola de Profetas: O livrinho comido por João

Um forte anjo ordena que João coma o livrinho
Apocalipse 10


Apocalipse 10 – O livrinho comido por João


No meio da gloriosa revelação do Apocalipse, as fortes cenas são interrompidas, por um momento, para algo íntimo com João. Deus promove um momento pessoal e especial com seu servo. Deus vai ensinar o apóstolo e deixar um forte princípio para os que amam sua Palavra. É lhe dado à ordem de tomar um livro da mão de um anjo. 

Não se trata de um anjo comum, João o descreve como um forte anjo vestido de nuvem e com seu rosto resplandecendo como o sol. Descrição parecida com a de Cristo (1.16). Porém, trata-se de um arcanjo. Uma ordem angelical especial que tem voz poderosa. Sua voz será ouvida pelos mortos (1Ts 4.16). Enfrentam os principados (Dn 10) e lutarão contra o próprio Satanás (12.7-12). É sua voz que fará ter fim o tempo cronológico que conhecemos. É desse arcanjo que João deve tomar o livro. 

João se aproxima e pede o livro. A ordem era pra tomar e não pedir. O arcanjo ainda enfatiza dizendo “toma-o”. O livro deve ser tomado e não solicitado. Semelhante ao que o Senhor Jesus fez no capítulo cinco (Ap 5.7-8). Isso significa obediência e exercício de autoridade. Obediência pra fazermos conforme o que o Senhor ordenou. Exercício de autoridade, pois devemos tomar o que é nosso por direito e está em outras mãos. Ministrar a palavra de Deus é isso, obedecer irrestritamente à ordem do Senhor entregar a revelação com autoridade (Mt 7.29). Tomar o livro do anjo mostra que os ministros da palavra devem ter ousadia, coragem e obediência para buscar a revelação direta na fonte. Mostra, também, que a revelação vem de uma luta. O ministro luta, guerreia contra si mesmo, contra as hostes do mal, contra o pecado e essa batalha só termina quando a revelação é entregue no altar. Hora que muitos sentem um desgaste físico. 

João toma o livro e o devora! O livro é doce em sua boca, mas em seu ventre, é amargo. É o tipo de alimento que o Senhor Jesus fez menção ao dizer que “uma comida tenho para comer e vós não conheceis (Jo 4.32)”. É o mesmo alimento que Ezequiel precisou ingerir antes de profetizar a Israel (Ez 3.1-2). É o alimento espiritual que os ministros de nossa geração precisam ingerir antes de pregarem. O livro, ou chamado de rolo, é doce na boca porque está cheio da palavra de Deus e é com amor que o ministro o ingere. Esse mesmo livro, ou rolo, é amargo no ventre, pois é com dor que o ministro prega. O ministro da palavra se alimenta primeiro. Ele experimenta diferentes emoções, o doce e o amargo, a exortação e o consolo, a ferida e cura, o pecado e a salvação. Assim, alimentado, ele pode ministrar. 

Ingerido o rolo, João recebe a forte promessa “importa que profetizes outra vez”. Para o humilde servo do Senhor, que estava aprisionado em Patmos, depois de ter sido sentenciado à morte, essa promessa deve ter sido consoladora. O ministro da palavra ama ministrar a santa palavra. E quando parece que acabou tudo, que é o fim do ministério, a promessa “importa que profetizes outra vez” é poderosa pra levantar o profeta. Oro para que escute isso em seu coração, soado pela doce voz do Santo Espírito “importa que profetizes outra vez”, com obediência e coragem!

Pense nisso...

As cenas apocalípticas são interrompidas por um momento. É como se Deus desse um 'pause' no decurso da história pra cuidar de seu humilde servo. João escutou o que somente ele pode escutar. Devorou um livro celestial com sensações diferentes e foi instruído pelo Senhor. Houve uma interrupção das cenas para que o apóstolo João fosse cuidado pelo próprio Deus. Coisas gloriosas ainda seriam reveladas nos capítulos seguintes, mas o capítulo 10 foi um momento de intimidade de João com o seu Senhor. 


Creio que o Senhor continua promovendo momentos assim nos dias de hoje. Creio que, em dados momentos, o Senhor aperta o 'pause' em nossa história. E parece que está tudo parado mesmo. É o momento do humilde servo ser cuidado e zelado pelo seu Senhor. É o momento do alimento especial, amargo e doce, vindo do trono de Deus. Momento em que escutamos o 'importa que profetizes outra vez', como escutou João. Aquilo que foi glorioso e que tem ficado cada vez mais distante, num passado que parece que não volta, escutamos o "outra vez' do Senhor e somos revigorados. É assim que quem ministrava, louvava, jejuava, orava, evangelizava, e, por algum motivo, deixou de fazer, é revigorado e levantado pelo Senhor ao ouvir o 'outra vez'! Esses momento em que o Senhor aperta o 'pause' em nossa história, nos prepara para as insondáveis glórias que estão por vir.


Que o Senhor te revigore com seu alimento celestial. Amém.


Bispo Erisvaldo Pinheiro
Estudo Ministrado na Escola de Profetas em 15 de Junho de 2016
Comunidade Evangélica Arca da Aliança

Fonte de pesquisas:

Bíblia Revelada - Novo Testamento - Ômega. Traduzida, comentada e editada por Aldery N. Rocha

Galvão, Eduardo. Significado de Apocalipse 10 e 11. Setembro de 2015. Disponível em:
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