A Nova Lei (Mt 5)
Dois dias antes da ministração deste estudo, minha esposa sonhou rasgando uma página da Bíblia. A página era Mt 5. Sentimos que deveríamos ler os mandamentos contidos ali buscando quais que estávamos “rasgando”.
Duas expressões aparecem em cada mandamento. Vejamos:
- “Ouvistes”. Cristo fala a partir do que já foi falado. Moisés trouxe os seis mandamentos usados neste sermão. Cristo é o novo Moisés, o novo legislador, que vai guiar um povo para a verdadeira terra prometida.
- “Eu, porém, vos digo” expressa a autoridade do Senhor que foi testificada por aquele público ao final do sermão. Mais que isso, Cristo está ensinando seus discípulos que o que está escrito precisa ser dito pelo próprio Senhor. Dessa forma, seus humildes servos podem ter maior êxito no cumprimento do mandamento. Isso é impressionante. Temos a graciosa oportunidade de ouvir a palavra pelo próprio Verbo de Deus.
Oro, para que o Espírito de Cristo fale cada uma dessas sentenças em nosso coração, e que nos convença qual está sendo “rasgado” por nós mesmos:
- Não matarás (1/6)
Sexto mandamento, Êx. 20:13. Há TRÊS classificações de pecados, cada qual com sua própria pena. A ira, o ódio, e o ódio extremo.
Assim Jesus ilustrou o sexto mandamento, mostrando que a intenção que provoca o ato físico é passível da mesma condenação que o próprio ato.
PORTANTO, os princípios a serem observados são; Reconciliação antes do sacrifício ou culto formal; misericórdia antes do rito; moralidade antes da religiosidade; afeição filial antes do dever; perdão pessoal antes do perdão divino; corretas relações humanas antes de corretas relações com Deus; honestidade e bondade para com os homens, antes do recebimento da bondade de Deus.
- Não adulterarás (2/6)
Nos vss. 29 e 30 Jesus mostra que nos é vantajoso sacrificar algo, mesmo aquilo que tivermos de mais precioso (como o olho direito, ou a mão direita), para atingir o objetivo que é a obediência à vontade de Deus.
O olho é mencionado não apenas como algo precioso, mas também como agente potencial da tentação ao pecado. É com o olho que o homem começa a cometer adultério. Talvez seja mister perder uma coisa preciosa para ganhar outra mais preciosa, que é a aprovação e a bênção de Deus.
- Divórcio (3/6)
- Juramentos (4/6)
- Vingança (5/6)
O credor podia tomar a túnica (roupa interior) do devedor como fiança. Mas se a roupa externa (a capa) lhe fosse tomada, teria de ser devolvida antes do pôr-do-sol, porque era natural que o devedor precisasse dela como proteção contra o frio da noite. Um Homem pobre talvez pudesse ter mais de uma túnica (roupa interior), mas provavelmente não poderia ter mais do que uma capa, que era a roupa exterior e usualmente de muito maior valor do que a outra. A capa era usada como cobertor, à noite. É melhor para o crente perder as coisas materiais do que sua boa consciência e integridade. Paulo deu o mesmo conselho: «O só existir entre vós demandas já é uma completa derrota para vós outros. Por que não sofreis antes a injustiça? por que não sofreis antes o dano?» (I Cor. 6:7).
- O amor (6/6)
Amai os vossos inimigos*. Poderíamos compreender estas palavras se elas fossem «Não detestai os vossos inimigos»; mas a ideia de amarmos os nossos inimigos é por demais elevada. Jesus não permite o ódio em quem quer que seja. O ódio, em si, não é humano. Jesus mostra, neste passo, que—a lei do amor—é a lei mais importante (Luc. 10:27), e que o amor a Deus implica em amor aos homens. Nada há de mais elevado que o crente possa fazer, para imitar a Deus, do que amar aos seus inimigos.
É importante notar que o clímax da experiência humana, na imitação de Deus, é o amor. Jesus mesmo ensinou isso: «O meu mandamento é este, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei» (João 15:12). Paulo expressa a ideia destes versículos da seguinte maneira: «O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor» (Rom. 13:10). O amor, portanto, é o caminho mais rápido para Deus.
Que nenhum destes menores mandamentos seja “rasgado”, pois um está relacionado ao outro. Que possamos cumprir cada um, e assim, ensiná-los. Há uma preciosa promessa para quem assim o faz, “será chamado grande no Reino dos céus” (Mt 5.19).
Que o Santo Espírito nos ajude. Amém.
Fonte de pesquisa:
Champlin, Russell Norman, 1933 - O Novo Testamento Interpretado: versículo por versículo: Volume 1: Artigos introdutórios, Mateus, Marcos / Russell Norman Champlin. São Paulo: Hagnos, 2002.