terça-feira, 3 de maio de 2022

A angústia e os esconderijos da caverna, espinhais, penhascos, fortificações e covas (1Sm 13.6)


Vendo, pois, os homens de Israel que estavam em angústia (porque o povo estava apertado), o povo se escondeu pelas cavernas, e pelos espinhais, e pelos penhascos, e pelas fortificações, e pelas covas (1Sm 13.6)


O primeiro rei de Israel é fruto da oração do povo de Deus. Um líder levantado em resposta aos pedidos dos israelitas por um rei. Um rei que reflete um povo e um povo que reflete seu rei. A ascensão e rápido declínio de Saul também ocorre com os hebreus. Um primeiro ano de ascensão e um segundo de decadência. Típica história de quem começa muito bem, mas não permanece tão bem assim. Que o Espírito fale conosco o quanto precisamos permanecer com uma história constante na presença de Deus.

Saul tem seu início nas escrituras numa busca pelos animais de sua família. Um jovem que realmente honra seu pai. Mostra-se também temente a Deus e ao profeta de sua época, não querendo se apresentar a Samuel de mãos vazias. Ouvindo a grande promessa do Senhor sobre sua vida, Saul responde com humildade e simplicidade. Após ungido, o Espírito de Deus se apodera dele e logo começa a profetizar e é transformado num outro homem. Recebe do profeta o selo de confiança divino “Deus é contigo”. Ao ouvir o desprezo dos filhos de Belial, se faz como surdo. Um início realmente promissor. Até que chegou o segundo ano de seu reinado.

No seu segundo ano de reino, Saul e Israel foram provados e amargamente reprovados. Ao se verem diante de milhares de soldados filisteus, Israel se esconde, enquanto que Saul se precipita e é reprovado diante do Senhor. Na primeira prova, a angústia e a ansiedade falaram mais alto, levando à ruína uma história tão promissora.

A angústia levou os israelitas a se esconderem em cavernas, espinhais, penhascos, fortificações e covas. Repare em cada um desses esconderijos e permita que o Senhor fale contigo:

  • Cavernas
Primeiro e mais frequente local de esconderijo. Angustiado, Elias também se escondeu numa caverna. A angústia não tratada é como um passaporte para que humildes servos do Senhor se escondam do resto do mundo numa caverna. Ali, o crente não consegue ver ninguém, fica isolado e distante de todos. Enquanto não volta pro começo, o crente não enxerga a luz e nem a saída. Na caverna do isolamento, a única saída é voltar ao início. Assim, como a voz do Senhor guiou Elias para fora da caverna, que o Espírito de Cristo guie seus humildes servos, que interromperam sua caminhada pela angústia, para a sua luz, um recomeço e um tempo novo.

  • Espinhais
O espinho tem seu início no juízo que Deus derramou sobre a terra em consequência à desobediência do homem. Foi uma maldição lançada em resposta ao pecado. Cristo, Senhor nosso, tem sua cabeça perfurada por uma coroa de espinhos na sua crucificação. Os espinhais foram colocados na cabeça do nosso mestre. Pensar nisso, é como se os espinhos da maldição permeiem a mente da pessoa quando vêm tempos de angústias. Em formas de pensamentos destrutivos, a angústia tenta minar as forças do servo do Senhor. É como se a mente estivesse sendo perfurada por dores de palavras negativas antigas.Há momentos assim, em que a mente fica tão bombardeada por opressões que a caminhada da fé sofre uma pausa. Que o Santo Espírito sopre um renovo em nossa mente, nos fazendo lembrar que o Nosso Cristo já levou esses espinhos sobre si para a cruz. Por Cristo, já estamos livres dos espinhais atormentadores de pensamentos.

  • Penhascos
A angústia pode levar alguns a chegarem bem perto do perigo. O penhasco é belo de ser visto, mas perigoso e propício para quedas. Momentos angustiosos tendem a direcionar a visão do crente para outras direções, aproximando seus pés (e olhar) para aquilo que enche os olhos, mas que fica a um passo do desastre. Que o Espírito revele a cada um o perigo dos penhascos da vida!

  • Fortificações
Local de esconderijo de corações angustiados. Por fora é uma fortaleza, enquanto que por dentro a angústia é quem dita as regras. São pessoas que acham que não vale a pena contar pra ninguém sobre suas angústias. Não confiam em mais ninguém, sendo melhor passar a impressão de força, mesmo tendo seu interior dilacerado. É certo que nem todos podem ouvir seus desabafos, mas certamente o Senhor, misericordioso que é, sempre levanta um bom samaritano para estender as mãos para ti.

  • Covas
Nesse último esconderijo, temos o pior local para o crente estar. É quando a angústia conduziu o crente à morte espiritual. Local em que a história parece que realmente chegou ao fim. É quando o inimigo coloca o ponto final numa grande e promissora história. Ainda bem que a Palavra menciona um certo domingo de páscoa, onde uma certa cova ficou vazia. A ressurreição de Jesus é a esperança para o ministério arruinado. Oro para que a vida de Jesus ressurreto levante os Lázaros escondidos em covas da angústia.

Enquanto que a angústia fez os israelitas se esconderem, a ansiedade fez Saul se comprometer diante de Samuel. A angústia do povo e a ansiedade de Saul interromperam a grande história do primeiro rei de Israel.

A ansiedade fez Saul:
  • Pensar que tinha perdido seu povo.
  • Acreditar que o socorro de Samuel não viria em tempo hábil.
  • Ver o inimigo mais perto do que realmente estava.
Em momentos em que a ansiedade bate à porta, como ocorreu em Saul, precisamos dar ouvidos ao Espírito que suavemente nos ensina que:
  • Antes do povo e de qualquer pessoa, não podemos perder a presença do Senhor. Como Moisés orou “Se a tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui” (Êx 33.15), precisamos ter nossa dependência exclusivamente no socorro e agir do Senhor.
  • Por mais demorado que às vezes pareça, o socorro do Senhor nunca se atrasa. Precisamos aprender o mistério de Habacuque 3.17-18 “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.”
  • Em 1Pe 5.8, vemos que o inimigo está mesmo ao nosso derredor, rugindo e buscando a quem possa tragar. O rugido do leão marca seu território. Pelo rugido, o leão oponente reconhece a saúde e a força do dominante. Percebendo que é mais forte, o oponente então o desafia para tomar seu território. É preciso que o rugido do Leão da Tribo de Judá seja levantado em nosso coração. Isso é impeditivo para que o nosso oponente avance contra nós. Lembre-se que o inimigo está à distância do som do Leão da Tribo de Judá rugindo dentro de você.

Por fim, apresento seis conselhos para quem luta contra a angústia e ansiedade:
  1. Renove sua mente com versículos apropriados. Faça um pequeno estudo e memorize aqueles versículos que apontam para seu problema. Em momentos de prova, esses versículos serão levantados dentro de você pelo próprio Espírito, e sua mente será renovada. A Palavra ainda é viva e eficaz!
  2. Faça uma lista do que te deixa angustiado e/ou ansioso. Aquilo que você pode resolver, então resolva. Aquilo que você não pode resolver, coloque nas mãos do Senhor e confie!
  3. Quando o gatilho da angústia e/ou ansiedade disparar, tente métodos diferentes para se acalmar. Receba oração de alguém, saia e faça uma oração enquanto caminha, ouça e cante alto um louvor, escreva e descreva o que você sente… são alguns exemplos que você pode fazer para mudar o foco da sua mente.
  4. Escreva o que aconteceu antes de você ficar ansioso ou angustiado. Assim você poderá conhecer seus gatilhos e poderá evitá-los ou melhor aplicar sua lista de métodos para se acalmar.
  5. Aprende a confiar em Deus, passando tempo com Ele. Esse momento deve ser constante, prazeroso, renovador, intenso… invista parte de seu dia para estar a sós com Deus.
  6. Faça a obra do Senhor e isso ocupará sua mente. Não espere ser chamado, se ofereça e coloque seu chamado em movimento.


Que Deus te abençoe grandemente!


Pr Erisvaldo Pinheiro Lima
Ministrado em Maio de 2022
Igreja Santuário do Altíssimo
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