sábado, 11 de maio de 2019

Santificação sem a qual ninguém verá ao Senhor

Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados,
E fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie inteiramente, antes seja sarado.
Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;
(Hb 12.12-14)


Vemos três membros do corpo que antecedem a palavra santificação. As mãos, os joelhos e os pés. Suas descrições mostram que não estão bem. As mãos estão cansadas, os joelhos estão desconjuntados, e os pés manquejam. Mesmo não estando bem, há uma ordem para cada um. As mãos e os joelhos precisam ser levantados novamente (tornai levantar), enquanto que os pés precisam de veredas direitas. Para melhor compreensão do uso desses três membros, usaremos o princípio hermenêutico da primeira menção desses nomes. Analisaremos a situação em que cada um se encontra. E, por fim, passaremos ao que precisa ser feito.

  • Mãos cansadas


Palavra liberada no nascimento de Noé: A quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou (Gn 5.29)
Há uma expectativa de que Noé console acerca da obra e do trabalha das mãos de sua geração. Entendemos que havia frustração no trabalho feito pelas mãos. A iniquidade estabelecida fez com que Deus amaldiçoasse a terra. Não havia frutos nas mãos. Não havia resultado esperado. Triste coisa é quando o trabalho de nossas mãos não produzem seu devido fruto, não produz o resultado esperado. 

Vemos essa mesma situação quando uma mãe ensina, fala, exorta, aconselha, castiga, pune, conversa, tenta, mas o filho continua com algum determinado comportamento inadequado. Ou quando um pai de família luta, se esforça, trabalha, faz hora extra, mas seu rendimento está aquém daquilo que sua família precisa. Pense numa pessoa casada, que luta pelo seu matrimônio, porém seu cônjuge não colabora, não “está afim”, não faz por onde, não se importa. Até mesmo um líder de departamento que tanto trabalha, faz o seu melhor, quer desenvolver um projeto, mas sua equipe ou os envolvidos não dão a mínima. Muito trabalho, muito esforço, porém, sem resultados, sem frutos nas mãos. Mãos vazias tende a ficarem cansadas.

Mãos cansadas afetam o desempenho profissional, escolar ou até mesmo ministerial, tornando até atividades que antes eram prazerosas, em meras obrigações. Verdade é que, quando nossas mãos estão cansadas assim, precisamos fazer algo. 

Ao nascer, Noé recebe uma palavra de consolo para as mãos que trabalhavam e não obtinha resultado. Importante observar que, ao sair da Arca:
Tudo que se move sobre a terra e todos os peixes do mar na vossa mão são entregues (Gn 9.2)

As mão que não produziam, agora, tudo era novamente colocado nelas. Tudo que se movia sobre a terra e todos os peixes do mar foram entregues nas mãos que outrora, nada produziam. O que ocorreu para essa mudança? O juízo do dilúvio é a resposta. Deus executou sua implacável justiça naquela geração. 

Semelhantemente, para benefício de todas gerações, o mesmo Deus de Noé executa seu santo juízo em seu próprio Filho. Assim como o dilúvio de Noé veio tratar contra a iniquidade estabelecida sobre a terra, o Filho de Deus veio tratar de vez com a iniquidade estabelecida no coração do homem. Depois do dilúvio do calvário, todas as coisas foram entregues ao Filho (Mt 11.27). E ele, agora, entrega para que lhe apraz (Sl 115.3). O que Deus colocou em suas mãos?

Observamos atentamente as cenas: As mãos não produzem, acontece o julgamento do dilúvio, tudo agora é colocado nas mãos. Que o Espírito de Cristo nos aponte esse mesmo princípio no Novo Testamento. Se nossas mãos nada produzem, que possamos passar pelo dilúvio do Calvário! 
Lv 4.24 ensina que os ofertantes do Templo tocavam na cabeça do animal durante o sacrifício do pecado. Em 1Jo 1.1, o Apóstolo João relata que “nossas mãos tocaram na Palavra”. Que nossas mãos façam o mesmo. Que toquemos na palavra, no verbo vivo de Deus. Se nossas mãos se esforçam e nada colhem, que voltemos a tocar no Senhor do Calvário. Que seu doce Espírito leve nossas cansadas mãos para tocar no Renovo do Senhor.

  • Joelhos desconjuntados


Em 1Reis 18.42 relata que Elias se ajoelha diante de Deus. Ele havia profetizado que não iria chover em Israel. Depois do tempo de seca, agora o profeta libera uma palavra para Acaba de que iri voltar a chover. Elias, então, sobe no monte e se ajoelha diante do Senhor. Ele pede chuva. E seu moço lhe dá a notícia de que nenhuma nuvem havia se formado no céu. Elias se prostra novamente e clama por chuva. Seu moço lhe dá a mesma notícia. Mesma oração do profeta por chuva e nenhuma resposta positiva do seu moço. A cena se repete por seis vezes. Na sétima vez que o profeta se ajoelha e clama ao Senhor, seu moço lhe diz que vê apenas uma pequena nuvem, do tamanho da mão do homem. Parece pequeno, mas para o profeta já era um sinal de que a grande chuva estava por vir. Isso deve acontecer conosco também. Nos dobramos diante do Senhor, em petição por algo e nada acontece. Nos ajoelhamos novamente e por tantas outras vezes, e a notícia que vêm é diferente da que esperávamos. Minha oração é que nenhum humilde servo do Senhor deixe de se prostrar por que um clamor tarda a ser respondido. E que estejamos atentos aos pequenos sinais. Creio que o Senhor continua a enviar seus pequenos, e por vezes, imperceptíveis sinais. Deus enviou seu pequeno sinal na sétima vez que seu profeta estava de joelho clamando. Que nossos joelhos também não deixem de se dobrar em clamor ao Senhor de Elias.

Na cena seguinte Elias recebe uma ameaça e uma péssima notícia. Sua cabeça estava a prêmio. E, ainda, se dizia que todos os profetas de Deus havia sido mortos pelo perverso casal Acabe e Jezabel. Em seu momento de tristeza, Deus visita Elias e lhe garante que guardou para si sete mil homens cujos joelhos não se inclinaram diante de Baal (1Re 19.18). 

Repare que houve uma qualificação para que esses sete mil homens fossem separados para Deus. Nada se diz da genealogia deles, muito menos da classe social. Num se menciona capacidade física ou intelectual. A única qualificação mencionada desses homens são seus joelhos, que não se dobraram a outros deuses. São joelhos que, à semelhança de Elias, se dobravam diante do Senhor. Era hábito, era o padrão. O ajoelhar de Elias se tornou o padrão para os seus profetas. Elias virou o modelo. Os profetas seguiram o modelo. Que isso fale com cada pastor, líder ou pai de família. Que sejamos modelo para outros. Melhor dizendo, que nossos joelhos sejam modelo para os que estão conosco. Que nossas ovelhas, liderados, ou filhos, tenha a mesma marca de se ajoelhar que nós temos. Percebe quão responsável nos tornamos? O quanto nossos joelhos precisam se dobrar? Ainda que estejam desconjuntados, mas que o Santo Espírito levem nossos joelhos desconjuntados a se dobrarem diante de Deus.

  • Pés que manquejam


Sobre a palavra pés, a Bíblia menciona a cena também do Dilúvio. Após a chuva, e não tendo como olhar a terra do lado de fora, Noé solta um corvo, que logo volta. Mas algo acontece para que Noé não escolha mais um corvo. Ele escolhe agora uma pomba para soltar. Corvos pousam em qualquer lugar, enquanto que a pomba é muito mais criteriosa. Noé, então, solta uma pomba, e a Bíblia diz que ela não encontra lugar para pousar seus pés (Gn 8.9). Na segunda vez que é solta, a pomba volta com um raminho de Oliveira. Na terceira e última vez, ela não volta mais. Encontrou lugar apropriado para pousar seus pés.

Ao apontarmos isso com a cena do batismo de Cristo registrado em Jo 1, vemos o precioso testemunho de João Batista. Ele diz, lá vem o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Dentre tantos homens, como João Batista identificou que aquele era o Cristo de Deus? Ele já havia sido previamente informado que aquele que descesse o Espírito em forma corpórea de pomba, seria o Cristo. É como se aquela pomba do dilúvio, criteriosa que só ela, agora encontrara local apropriado para pousar seus pés.

A pomba verdadeira, não essas urbanas, prefere habitar (pousar seus pés) em locais que tenha abundância de alimento, que tenha fonte de água limpa e também vida em abundância. O Cristo de Deus tem essas três qualificações! Ele é o Pão vivo que desceu do céu, é fonte de águas vivas, e tem vida em abundância. Ainda disse que rogaria ao Pai para que enviasse o outro Consolador, O Espírito da Verdade. Aleluia!

A pedido do Cristo de Deus, a pomba ainda procura locais apropriados para pousar seus pés. Que nosso coração seja esse local apropriado. Ela é criteriosa, não pousa em lugares sujos, contaminados ou bagunçados. Que nosso coração esteja no caminho da santificação, para que o Santo Espírito, que um dia usou a forma corpórea da pomba, pouse no nosso interior. 


Pense nisso...

Mãos cansadas, joelhos desconjuntados e pés que manquejam. Esses três membros do corpo não estão bem. Talvez esse seja o caminho da santificação. Olhar para nossos próprios membros e percebermo o quanto não estão bem. As mãos que tanto já fizeram e agora estão cansadas. Os joelhos que devem ser inspiração para outros, mas que agora não se dobram tanto. E os pés que manquejam, tentam andar reto, mas mancam, pendem para um lado, não seguem reto. Sem santificação, ninguém verá ao Senhor. Que o Espírito Santo nos convença disso. Que nossas mãos, ainda que cansadas, possam tocar, pela fé, no Cristo do Calvário. Que nossos joelhos, ainda que desconjuntados, possam ainda continuar a se dobrarem, para que outros também sigam o exemplo e também se dobrem. E que nossos pés, ainda que estejam manquejando, possam andar na direção da santificação, para que veredas direitas sejam feitas. Caminhos antes tortuosos, agora sejam endireitados e nossos pés seguirem reto, sem se desviar para direita ou para esquerda. 
E, por último, que possamos seguir a paz com todos!

Que sejamos santificados na verdade,

Em Cristo
Pr Erisvaldo Pinheiro Lima
Mensagem ministrada na 1ª Imersão Bíblica da Igreja Santuário do Altíssimo, em Maio de 2019.

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