terça-feira, 28 de maio de 2019

Escatologia: o arrebatamento pré-tribulacionista




Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra (Ap 3.10)
Aqui, a igreja fiel recebe a honrosa e intrigante promessa de ser guardada. É testificada por fiel porque guardou a palavra da paciência do Cristo de Deus. Por isso, também será guardada de um terrível tempo que virá para tentar os que habitam na terra. A igreja fiel não faz da terra sua habitação. A igreja fiel olha para o alto e deseja seu Senhor que ascendeu aos céus. É lá que está seu tesouro. Lá está seu galardão e seu supremo galardoador.

A tribulação
A mencionada “hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo”, também recebe outros nomes. Para termos um melhor entendimento sobre a valiosa promessa de salvação que está proposta para a igreja fiel, precisamos visualizar os outros nomes que a “hora da tentação” recebe na Palavra (grifo nosso):

· Tempo de Julgamento 
Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. Apocalipse 14:7

Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso todas as nações virão, e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos. Apocalipse 15:4 

·  Tempo de indignação
Chegai-vos, nações, para ouvir, e vós povos, escutai; ouça a terra, e a sua plenitude, o mundo, e tudo quanto produz. Porque a indignação do Senhor está sobre todas as nações, e o seu furor sobre todo o exército delas; ele as destruiu totalmente, entregou-as à matança. E os seus mortos serão arremessados e dos seus cadáveres subirá o seu mau cheiro; e os montes se derreterão com o seu sangue. Isaías 34:1-3


· Tempo de castigo
Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar, para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniquidade, e a terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais os seus mortos. Isaías 26:20,21

·         Tempo de angústia
Como será terrível aquele dia!
Sem comparação!
Será tempo de angústia para Jacó;
mas ele será salvo.
Jeremias 30:7

· Tempo da ira de Deus
E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir? Apocalipse 6:16,17

Dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas. E angustiarei os homens, que andarão como cegos, porque pecaram contra o Senhor; e o seu sangue se derramará como pó, e a sua carne será como esterco. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia da indignação do Senhor, mas pelo fogo do seu zelo toda esta terra será consumida, porque certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição total e apressada. Sofonias 1:15-18


A salvação para a igreja fiel
Os nomes que descrevem o período da tribulação na Terra são terríveis de se imaginar.  De fato, se esses dias não fossem abreviados, nenhuma alma restaria (Mt 24.22). Será um período de julgamento e derramamento da ira de Deus. Mas repare, querido leitor, a valiosa promessa que a palavra reserva para a igreja do Senhor Jesus:

E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.1 Tessalonicenses 1:10

Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo,1 Tessalonicenses 5:9

Toda a ira e julgamento de Deus estava sobre o Senhor Jesus na cruz do Calvário. Por isso, Ele tem todo direito legal de livrar seus fiéis seguidores da ira futura. Jesus sofreu todo o castigo e consequência do pecado para oferecer salvação aos seus discípulos. Ele foi nosso substituto. Repare:

Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; Gálatas 3:13


O qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;

O arrebatamento deve ocorrer antes da tribulação para que haja a salvação prometida. Os justificados pelo sangue serão poupados da ira de Deus, pois o seu Senhor já sofreu a dor da ira de Deus.

Assim, o arrebatamento pré-tribulacionista será, então, um momento glorioso de separação dos "que guardam a minha palavra" daqueles que "habitam sobre a terra. Um grupo não pode pertencer ao outro.

O princípio das dores
Embora tenha a promessa de ser guardada da tribulação, percebemos que a igreja ainda sofrerá o princípio dessas dores. Vejamos a descrição do Princípio das dores que nosso Senhor  fez em Mt 24:

·         muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

·         guerras e de rumores de guerras, nação contra nação, e reino contra reino

·         haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares

Mas todas estas coisas são o princípio de dores.

·         vos hão de entregar para serdes atormentados

·         matar-vos-ão

·         sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome

·         muitos serão escandalizados

·         trair-se-ão uns aos outros

·         uns aos outros se odiarão

·         surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos

·         por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará

·         Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo



O arrebatamento da igreja fiel

Cristo foi ao Pai deixando a promessa que iria preparar um lugar para sua igreja. E voltaria para busca-la para que onde ele estivesse, a igreja também estaria.

Ao som da trombeta, o arrebatamento será num instante de tempo. Breve como um abrir e fechar de olhos. Os mortos em Cristo ressuscitarão incorruptíveis e os vivos fiéis serão transformados

O próprio Cristo receberá sua igreja fiel. Nações e judeus não são mencionados aqui. Apenas a igreja santa verá seu Cristo nesse dia. E igreja e Cristo estarão juntos para sempre.

O arrebatamento da igreja será semelhante ao que ocorreu com Enoque e Elias. A igreja fiel terá o testemunho de fé que teve Enoque. E sua partida será testificada aqui na terra, como Eliseu testificou a subida de Elias. O trabalho da igreja terá continuidade aqui na terra, Elias é um tipo da igreja arrebatada e Eliseu é um tipo de Israel que dará continuidade ao ofício da igreja aqui na terra, inclusive com porção dobrada!

A igreja terá consciência e verá coisas indizíveis, como ocorreu com João e o servo de Deus descrito por Paulo.

Mesmo pessoas próximas, estando no mesmo local e exercendo as mesmas funções, uma será levada e outra deixada.

Abraão é um tipo de Cristo e Ló é um tipo da Igreja arrebatada. Por amor ao seu Filho, Deus Pai poupa sua igreja da destruição que virá sobre a terra.

Características de Ló (tipo da igreja arrebatada):

1-      Era justo

2-      Enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis

3-      Mesmo habitando entre eles, era justo

4-      Afligia sua alma todos os dias

5-      Via e ouvia sobre suas obras injustas

O que devemos fazer?
Diante da terrível descrição do tempo da tentação que há de vir, e da graciosa salvação prometida pelo nosso bondoso Senhor, encerro este estudo com a fala inspiradora do Apóstolo Pedro, em 2 Pe 3.11-14:

Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam? Vivam de maneira santa e piedosa,
esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda. Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor.
Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça.
Portanto, amados, enquanto esperam estas coisas, empenhem-se para serem encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis.


Amém. Maranata, ora vem Senhor Jesus!


Pr Erisvaldo Pinheiro Lima

Estudo ministrado na Igreja Santuário do Altíssimo, em Maio de 2019.

Fonte bibliográfica:

PENTECOST, J. Dwight, Th.D. Manual de Escatologia Uma análise detalhada dos eventos futuros. Editora Vida. Tradução: Carlos Osvaldo Cardoso Pinto

quinta-feira, 16 de maio de 2019

4 características de uma obra que Deus pode comprometer-se

Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos. 
Efésios 2:10

Veja 4 características essenciais de uma obra com a qual nosso Deus pode comprometer-se de modo integral:


  • A primeira necessidade vital é de uma revelação verdadeira aos nossos corações sobre os propósitos eternos de Deus
Devemos apontar tudo que nossas mãos possam produzir, enquanto obra ao Senhor, para o Reinado Soberano de Cristo na Terra. Seu Grande Dia está por vir. Devemos preparar-nos e preparar um povo para o Reino Literal de Cristo. Somos como o reinado de Davi. Que foi caracterizado por intensas batalhas. E também serviu de preparação para o pacífico reinado de Salomão. Estamos em meio a guerras e batalhas espirituais. E também nos preparando para um Reinado de paz permanente do Senhor Jesus. Deus procura homens que podem cooperar com Ele nessa guerra espiritual. Que o Santo Espírito nos indague se a obra de nossas mãos se relacionam com o propósito do Reino de Deus.

  • Toda obra precisa ser concebida por Deus
Precisamos receber uma revelação de Deus sobre nossa obra individual. Não podemos começar por nós mesmos e esperar que Deus abençoe. Se nós planejamos e executamos uma obra e somente depois pedimos que Deus abençoe, não devemos esperar que Deus se comprometa com o resultado dessa obra. Com demasiada freqüência julgamos que fazer coisas é que é importante. Temos de aprender a lição do "não faça". A lição do ficar quieto na presença de Deus. Devemos aprender que se Deus não se mexe, nós não devemos nos mexer.

Atos 16.6-7 ""foram impedidos 
pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na 
Ásia"..."Mas o Espírito de Jesus 
não lho permitiu"


  • Toda obra para deve depender do poder de Deus, e de ninguém mais, isso para ser eficaz e ter continuidade
Toda obra de Deus deve se iniciar com o primeiro de todos os princípios: NO PRINCÍPIO DEUS (Gn 1.1). De forma que, ainda que Deus tenha iniciado uma obra, se tentarmos executá-la de acordo com a sabedoria humana, nosso Deus jamais se comprometerá com essa obra. 

Precisamos ser levados àquele ponto em que, ainda que tenhamos algum dom ou talento, não ousamos agir ou falar, a não ser se estivermos conscientes de nossa contínua dependência do Senhor. Que nosso bondoso Senhor nos impulsione a fazermos muito além do que é certo e errado, para fazermos o que de fato lhe agrada. Dependemos disso. Dependemos do poder dEle.

  • O objetivo da obra deve ser a glória de Deus.
Devemos fazer a obra para a satisfação de Deus e não nossa. Por mais que se trabalhe a vocação pessoal, que gera alegria sincera em fazer algo pelo Senhor, precisamos realizar outras obras. Mesmo que não gerem nenhum contentamento individual, e sim do Senhor. As vezes, a obra que menos nos alegra é a que mais alegra o Senhor.

Não é nosso nome que deve aparecer. Se a obra de nossas mãos não tiver o "nome de Jesus", que tragédia, só haverá o nosso nome! Que haja tão somente seu forte e bondoso nome. Que seja toda sua glória, sem ingrediente humano. Assim, devemos ser capazes de levantar-nos e falarmos em nome de Jesus. Se não, nosso trabalho não terá impacto espiritual. Isso porém, não pode ser feito de qualquer jeito. Na verdade, é fruto da obediência a Deus, e de uma posição espiritual resultante da obediência, conhecida e mantida diariamente. Obediência pra glória de Deus. Toda obra para glória de Deus. Toda honra e toda glória seja, pois, dada a Deus. Amém.




Deus abençoe a obra de suas mãos,
Pr Erisvaldo Pinheiro Lima
Ministrado em Abril de 2019, no Culto de Doutrina da Igreja Santuário do Altíssimo.

  • Fonte:
NEE, Watchman. As três atitudes do crente. Editora Vida

Escatologia: a igreja e a presente era





Partindo das afirmativas de que a aliança abraâmica é base da aliança palestina, da davídica e da nova aliança. Que é uma aliança literal, eterna e que aponta para Israel. E que, ainda, nos mostra que haverá para sempre:
·         Um povo
·         Uma terra
·         Um trono
·         Um Rei
·         Uma restauração com perdão e purificação de todo pecado

A presente era é caracterizada, então, com um adiamento do cumprimento dessas promessas ao povo judeu, para salvação de qualquer pessoa, independente de nacionalidade, que creia na obra expiatória do Filho de Deus. 

Assim, a presente era se inicia com a rejeição do Messias por Israel e termina com sua devida aceitação. Inicia quando Israel comete a blasfêmia contra o Santo Espírito, atribuindo os feitos de Cristo a Belzebu (Mt 12). E termina quando, enfim, Israel se volta em aceitação ao seu prometido Messias, no período tribulacional.

A presente era é o tempo da igreja. O tempo em que os ramos do zambujeiro são enxertados na oliveira (Rm 11). O tempo da igreja e suas características são descritos em dois lugares: Mt 13 e Ap 2 e 3:


  • ·         Mt 13


Em Mt 13, Cristo fala por parábolas, ocultando a interpretação dos líderes judaicos e dando esse conhecer tão somente aos discípulos (13.11). O seus não o recebe. Isso se dá pela blasfêmia. Abrindo então o tempo da igreja, que é o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus.

O versículo chave para entendimento é o 52:

 "Por isso, todo escriba versado no reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas"


As coisas novas são aquelas que surgiram pela não aceitação momentânea do Messias. Enquanto que as velhas são as que já haviam sido anunciadas no Velho Testamento.

As COISAS NOVAS
1. A semente e os solos: A proclamação do reino. Há solos diferentes, mas uma única semente. O mundo, a carne e o diabo se opõem à germinação e frutificação da semente. Cada vez mais, haverá uma colheita menor, que inicia com 100 e termina com 30. O mistério do semeador compara-se ao mistério da divindade de 1 Timóteo 3.16.
2. O trigo e o joio: Falsa imitação do reino. A verdadeira semeadura sempre será acompanhada com uma falsa semeadura. Ambas crescerão. O trigo (igreja) será removido (arrebatada) para o celeiro (céu). O joio (Israel) será juntado (na terra) para depois ser queimado (julgamento).  A falsidade do joio e o crescimento da mostarda comparam-se ao mistério da injustiça de 2 Tessalonicenses 2.7.
3. O grão de mostarda: Expansão visível do reino. O que começou com um punhado de propagadores, alcançou enormes proporções. Esse grão era comumente lembrado pelos judeus para classificar algo pequeno, mas que crescia muito. De fato, o grão de mostarda pode chegar a seis metros de altura em apenas um ano.
4. O fermento: Corrupção traiçoeira do reino. O grande crescimento se dará por algo que foi introduzido no interior do Reino. Sobre fermento, a Bíblia quase sempre apresenta situações negativas (Êx 12.15; Lv 2.11; Mt 16.6; Mc 8.15; 1 Co 5.6,8; Gl 5.9). Compara-se ao mistério da Babilônia de Apocalipse 17.1-7

As COISAS VELHAS
5. O tesouro escondido: A nação israelita. Onde Jesus Cristo é o comprador, o tesouro (salvação) está oculto num campo (Israel) e sua posse ainda não aconteceu (se dará no Milênio). Embora deixado de lado na presente era, fato é que o Senhor não esqueceu da aliança com seu povo de Israel. Compara-se ao mistério da cegueira de Israel de Romanos 11.25
6. A pérola: o tesouro que será removido. Cristo é o negociante que compra a pérola. A igreja, semelhante à pérola, será formada por acumulação gradual. Para que seja usada como adorno, a pérola deve ser removida de onde foi formada. Assim ocorrerá com a igreja. Compara-se ao mistério aplicável à igreja mencionado em Efésios 3.3-9; Colossenses 1.26,27; Romanos 16.25.
7. A rede: O julgamento das nações no final da tribulação. Enquanto que o julgamento do joio aponta para Israel, este aponta para as nações, pois a rede foi lançada para o mar.


  • ·         Ap 2 e 3


Aqui João descreve a presente era. Desde os primórdios da igreja até sua consumação. Há promessa de livramento da terrível tribulação para a igreja santa e julgamento da igreja apóstata, que será vomitada.

1.      Éfeso significa "amada" ou talvez "desejada".
2.      Esmirna significa "mirra" ou "amargura".
3.      Pérgamo significa "torre alta" ou "completamente casada".
4.      Tiatira significa "sacrifício contínuo".
5.      Sardes significa "aqueles que escapam".
6.      Filadélfia significa "amor fraterno".
7.      Laodicéia significa "o povo reinando ou ensinando" ou "o julgamento do povo"

Embora haja uma clara evolução nas sete igrejas, que mostra desde sua criação ao seu julgamento, não achamos apropriado datar seus momentos. Aquilo que é descrito na primeira igreja, ou na última, se aplica para toda presente era. É a descrição da igreja feita pelo Senhor. Mostra que Cristo bem conhece sua igreja, está presente. Menciona suas qualidades e exorta suas falhas. 

Éfeso fala do primeiro amor, das primeiras obras. É o início, de fato. Laodicéia fala da negação dos princípios, da apostasia. De fato, Laodicéia descreve a igreja apóstata do fim da presente era. 

O fim da presente era gira em torno de negações. Se a presente era começa com um grupo aceitando o Cristo de Deus e seus ensinamentos, o fim da presente era é acompanhada com um conjunto de negações. Veja:

·         negação de Deus (Lc 17.26; 2 Tm 3.4,5),
·         negação de Cristo (1 Jo 2.18; l Jo 4.3; 2 Pe 2.6),
·         negação do retorno de Cristo (2 Pe 3.3,4),
·         negação da fé (l Tm 4.1,2; Jd 3),
·         negação da sã doutrina (2Tm 3.1-7),
·         negação da vida separada (2 Tm 3.1-7),
·         negação da liberdade cristã (l Tm 4.3,4);
·         negação da moral (2 Tm 3.1-8,13; Jd 18),
·         negação da autoridade (2 Tm 3.4)

Resta à igreja do Senhor meditar nos trechos bíblicos que descrevem com riqueza de detalhes nossa presente era. Lembro-me, certa vez, que por um tempo fiquei bastante ofendido com algumas situações ministeriais. Pensei em sair. O que me segurou foi a exortação da parábola do semeador (Mt 13) que diz que a semente se ofende e morre por não ter raiz. Se eu saísse, a culpa era porque a semente não tinha raiz. Isso me segurou. Oro ao Senhor, para que seu Santo Espírito prepare o solo de nossos corações para receber a preciosa semente do conhecimento dos mistérios do Reino dos céus. Amém!



Pr Erisvaldo Pinheiro Lima

Estudo ministrado na Igreja Santuário do Altíssimo

Maio de 2019


Fonte bibliográfica:

PENTECOST, J. Dwight, Th.D. Manual de Escatologia Uma análise detalhada dos eventos futuros. Editora Vida. Tradução: Carlos Osvaldo Cardoso Pinto

sábado, 11 de maio de 2019

Santificação sem a qual ninguém verá ao Senhor

Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados,
E fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie inteiramente, antes seja sarado.
Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;
(Hb 12.12-14)


Vemos três membros do corpo que antecedem a palavra santificação. As mãos, os joelhos e os pés. Suas descrições mostram que não estão bem. As mãos estão cansadas, os joelhos estão desconjuntados, e os pés manquejam. Mesmo não estando bem, há uma ordem para cada um. As mãos e os joelhos precisam ser levantados novamente (tornai levantar), enquanto que os pés precisam de veredas direitas. Para melhor compreensão do uso desses três membros, usaremos o princípio hermenêutico da primeira menção desses nomes. Analisaremos a situação em que cada um se encontra. E, por fim, passaremos ao que precisa ser feito.

  • Mãos cansadas


Palavra liberada no nascimento de Noé: A quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou (Gn 5.29)
Há uma expectativa de que Noé console acerca da obra e do trabalha das mãos de sua geração. Entendemos que havia frustração no trabalho feito pelas mãos. A iniquidade estabelecida fez com que Deus amaldiçoasse a terra. Não havia frutos nas mãos. Não havia resultado esperado. Triste coisa é quando o trabalho de nossas mãos não produzem seu devido fruto, não produz o resultado esperado. 

Vemos essa mesma situação quando uma mãe ensina, fala, exorta, aconselha, castiga, pune, conversa, tenta, mas o filho continua com algum determinado comportamento inadequado. Ou quando um pai de família luta, se esforça, trabalha, faz hora extra, mas seu rendimento está aquém daquilo que sua família precisa. Pense numa pessoa casada, que luta pelo seu matrimônio, porém seu cônjuge não colabora, não “está afim”, não faz por onde, não se importa. Até mesmo um líder de departamento que tanto trabalha, faz o seu melhor, quer desenvolver um projeto, mas sua equipe ou os envolvidos não dão a mínima. Muito trabalho, muito esforço, porém, sem resultados, sem frutos nas mãos. Mãos vazias tende a ficarem cansadas.

Mãos cansadas afetam o desempenho profissional, escolar ou até mesmo ministerial, tornando até atividades que antes eram prazerosas, em meras obrigações. Verdade é que, quando nossas mãos estão cansadas assim, precisamos fazer algo. 

Ao nascer, Noé recebe uma palavra de consolo para as mãos que trabalhavam e não obtinha resultado. Importante observar que, ao sair da Arca:
Tudo que se move sobre a terra e todos os peixes do mar na vossa mão são entregues (Gn 9.2)

As mão que não produziam, agora, tudo era novamente colocado nelas. Tudo que se movia sobre a terra e todos os peixes do mar foram entregues nas mãos que outrora, nada produziam. O que ocorreu para essa mudança? O juízo do dilúvio é a resposta. Deus executou sua implacável justiça naquela geração. 

Semelhantemente, para benefício de todas gerações, o mesmo Deus de Noé executa seu santo juízo em seu próprio Filho. Assim como o dilúvio de Noé veio tratar contra a iniquidade estabelecida sobre a terra, o Filho de Deus veio tratar de vez com a iniquidade estabelecida no coração do homem. Depois do dilúvio do calvário, todas as coisas foram entregues ao Filho (Mt 11.27). E ele, agora, entrega para que lhe apraz (Sl 115.3). O que Deus colocou em suas mãos?

Observamos atentamente as cenas: As mãos não produzem, acontece o julgamento do dilúvio, tudo agora é colocado nas mãos. Que o Espírito de Cristo nos aponte esse mesmo princípio no Novo Testamento. Se nossas mãos nada produzem, que possamos passar pelo dilúvio do Calvário! 
Lv 4.24 ensina que os ofertantes do Templo tocavam na cabeça do animal durante o sacrifício do pecado. Em 1Jo 1.1, o Apóstolo João relata que “nossas mãos tocaram na Palavra”. Que nossas mãos façam o mesmo. Que toquemos na palavra, no verbo vivo de Deus. Se nossas mãos se esforçam e nada colhem, que voltemos a tocar no Senhor do Calvário. Que seu doce Espírito leve nossas cansadas mãos para tocar no Renovo do Senhor.

  • Joelhos desconjuntados


Em 1Reis 18.42 relata que Elias se ajoelha diante de Deus. Ele havia profetizado que não iria chover em Israel. Depois do tempo de seca, agora o profeta libera uma palavra para Acaba de que iri voltar a chover. Elias, então, sobe no monte e se ajoelha diante do Senhor. Ele pede chuva. E seu moço lhe dá a notícia de que nenhuma nuvem havia se formado no céu. Elias se prostra novamente e clama por chuva. Seu moço lhe dá a mesma notícia. Mesma oração do profeta por chuva e nenhuma resposta positiva do seu moço. A cena se repete por seis vezes. Na sétima vez que o profeta se ajoelha e clama ao Senhor, seu moço lhe diz que vê apenas uma pequena nuvem, do tamanho da mão do homem. Parece pequeno, mas para o profeta já era um sinal de que a grande chuva estava por vir. Isso deve acontecer conosco também. Nos dobramos diante do Senhor, em petição por algo e nada acontece. Nos ajoelhamos novamente e por tantas outras vezes, e a notícia que vêm é diferente da que esperávamos. Minha oração é que nenhum humilde servo do Senhor deixe de se prostrar por que um clamor tarda a ser respondido. E que estejamos atentos aos pequenos sinais. Creio que o Senhor continua a enviar seus pequenos, e por vezes, imperceptíveis sinais. Deus enviou seu pequeno sinal na sétima vez que seu profeta estava de joelho clamando. Que nossos joelhos também não deixem de se dobrar em clamor ao Senhor de Elias.

Na cena seguinte Elias recebe uma ameaça e uma péssima notícia. Sua cabeça estava a prêmio. E, ainda, se dizia que todos os profetas de Deus havia sido mortos pelo perverso casal Acabe e Jezabel. Em seu momento de tristeza, Deus visita Elias e lhe garante que guardou para si sete mil homens cujos joelhos não se inclinaram diante de Baal (1Re 19.18). 

Repare que houve uma qualificação para que esses sete mil homens fossem separados para Deus. Nada se diz da genealogia deles, muito menos da classe social. Num se menciona capacidade física ou intelectual. A única qualificação mencionada desses homens são seus joelhos, que não se dobraram a outros deuses. São joelhos que, à semelhança de Elias, se dobravam diante do Senhor. Era hábito, era o padrão. O ajoelhar de Elias se tornou o padrão para os seus profetas. Elias virou o modelo. Os profetas seguiram o modelo. Que isso fale com cada pastor, líder ou pai de família. Que sejamos modelo para outros. Melhor dizendo, que nossos joelhos sejam modelo para os que estão conosco. Que nossas ovelhas, liderados, ou filhos, tenha a mesma marca de se ajoelhar que nós temos. Percebe quão responsável nos tornamos? O quanto nossos joelhos precisam se dobrar? Ainda que estejam desconjuntados, mas que o Santo Espírito levem nossos joelhos desconjuntados a se dobrarem diante de Deus.

  • Pés que manquejam


Sobre a palavra pés, a Bíblia menciona a cena também do Dilúvio. Após a chuva, e não tendo como olhar a terra do lado de fora, Noé solta um corvo, que logo volta. Mas algo acontece para que Noé não escolha mais um corvo. Ele escolhe agora uma pomba para soltar. Corvos pousam em qualquer lugar, enquanto que a pomba é muito mais criteriosa. Noé, então, solta uma pomba, e a Bíblia diz que ela não encontra lugar para pousar seus pés (Gn 8.9). Na segunda vez que é solta, a pomba volta com um raminho de Oliveira. Na terceira e última vez, ela não volta mais. Encontrou lugar apropriado para pousar seus pés.

Ao apontarmos isso com a cena do batismo de Cristo registrado em Jo 1, vemos o precioso testemunho de João Batista. Ele diz, lá vem o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Dentre tantos homens, como João Batista identificou que aquele era o Cristo de Deus? Ele já havia sido previamente informado que aquele que descesse o Espírito em forma corpórea de pomba, seria o Cristo. É como se aquela pomba do dilúvio, criteriosa que só ela, agora encontrara local apropriado para pousar seus pés.

A pomba verdadeira, não essas urbanas, prefere habitar (pousar seus pés) em locais que tenha abundância de alimento, que tenha fonte de água limpa e também vida em abundância. O Cristo de Deus tem essas três qualificações! Ele é o Pão vivo que desceu do céu, é fonte de águas vivas, e tem vida em abundância. Ainda disse que rogaria ao Pai para que enviasse o outro Consolador, O Espírito da Verdade. Aleluia!

A pedido do Cristo de Deus, a pomba ainda procura locais apropriados para pousar seus pés. Que nosso coração seja esse local apropriado. Ela é criteriosa, não pousa em lugares sujos, contaminados ou bagunçados. Que nosso coração esteja no caminho da santificação, para que o Santo Espírito, que um dia usou a forma corpórea da pomba, pouse no nosso interior. 


Pense nisso...

Mãos cansadas, joelhos desconjuntados e pés que manquejam. Esses três membros do corpo não estão bem. Talvez esse seja o caminho da santificação. Olhar para nossos próprios membros e percebermo o quanto não estão bem. As mãos que tanto já fizeram e agora estão cansadas. Os joelhos que devem ser inspiração para outros, mas que agora não se dobram tanto. E os pés que manquejam, tentam andar reto, mas mancam, pendem para um lado, não seguem reto. Sem santificação, ninguém verá ao Senhor. Que o Espírito Santo nos convença disso. Que nossas mãos, ainda que cansadas, possam tocar, pela fé, no Cristo do Calvário. Que nossos joelhos, ainda que desconjuntados, possam ainda continuar a se dobrarem, para que outros também sigam o exemplo e também se dobrem. E que nossos pés, ainda que estejam manquejando, possam andar na direção da santificação, para que veredas direitas sejam feitas. Caminhos antes tortuosos, agora sejam endireitados e nossos pés seguirem reto, sem se desviar para direita ou para esquerda. 
E, por último, que possamos seguir a paz com todos!

Que sejamos santificados na verdade,

Em Cristo
Pr Erisvaldo Pinheiro Lima
Mensagem ministrada na 1ª Imersão Bíblica da Igreja Santuário do Altíssimo, em Maio de 2019.

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