sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Estudo bíblico: o verdadeiro jejum

O verdadeiro jejum nos moldes bíblicos
Isaías 58

Isaías 58 - O verdadeiro jejum


A religiosidade vazia de Israel é exposta neste capítulo. O povo de Deus tinha assumido uma posição "santarrona" durante os cultos, acompanhado de votos de jejuns ostentosos, mas seguidos das mesmas antigas ações impiedosas e maldosas. Verdade é que nenhum ato religioso tem importância se não for acompanhado de uma vida piedosa, com observância da Palavra e uma sincera compaixão para com aqueles que estão passando por necessidades.

O profeta declara o pecado e transgressão de Israel, ao mesmo tempo em que eles procuravam Deus a cada dia e tinham prazer nos caminhos do Senhor. Uma religiosidade em atitudes de bondade para com o próximo. Certamente, uma prática que deve ser meditada pelos humildes servos do Senhor.

Deus passa seu “raio-x” e enumera 10 atos que constituíam (e continua sendo) erradamente o jejum de Israel. Veja:

  • Questionamentos - v.3
  • Afligir a alma para atrair a Deus - v.3-5
  • Contentar-se, ou seja, uma atitude de inércia espiritual - v.3
  • Requerer todo trabalho, acumulando em si a glória - v.3
  • Contendas e debates - v.4
  • Ferir com o próprio punho - v.4
  • Fazer ouvir a voz em público, situação que foi combatido pelo Senhor Jesus no Sermão do Monte - v.4
  • Inclinar cabeça como o junco, causando a impressão piedosa - v.4
  • Estender debaixo de nós saco e cinza
  • Ter uma feição triste, desfigurando o rosto para ser visto pelos homens. Situações também combatidas pelo Senhor Jesus no Sermão do Monte.

Assim, Deus declara exatamente como é o jejum que Ele aceita:

  • Soltando as ligaduras da impiedade - v.6
  • Desfazendo as ataduras do jugo - v.6
  • Deixando livre os quebrantados - v.6
  • Despedaçando todo jugo - v.6 (repare o quanto essas expressões são fortes, mostrando o quanto esses atos impiedosos devem ser combatidos)
  • Repartindo o pão com o faminto - v.7
  • Recolhendo em casa os pobres desterrados - v.7
  • Cobrindo o nu - v.7
  • Não se escondendo daqueles que são nossa carne - v.7
  • Tirando do nosso meio o jugo - v.9
  • Tirando o estender o dedo - v.9
  • Tirando o falar vaidade - v.9
  • Abrindo a alma ao faminto - v.10
  • E fartando a alma aflita - v.10

Em seguida, o Senhor lista as belíssimas consequências e promessas desse verdadeiro jejum:

  • A tua luz romperá como a alva - v.8
  • A tua cura apressadamente brotará - v.8
  • A tua justiça irá adiante a tua face - v.8
  • A glória do Senhor será a tua retaguarda - v.8
  • Clamarás e o Senhor te responderá - v.9
  • Gritarás e o Senhor dirá: Eis me aqui - v.9
  • Tua luz nascerá nas trevas - v.10
  • A tua escuridão será como o meio-dia - v.10
  • O Senhor te guiará continuamente - v.11
  • Fartará tua alma em lugares secos - v.11
  • Fortalecerás teus ossos - v.11
  • Será como um jardim fechado - v.11
  • Será como um manancial cujas águas nunca faltam - v.11
  • Os que de ti procederem edificarão os lugares antigamente assolados - v.12
  • Levantarás os fundamentos de geração em geração - v.12
  • Chamar-te-ão reparador de rotura - v.12
  • Chamar-te-ão restaurador de veredas para morar - v.12



Bases bíblicas para o jejum


 
Jejum e oração não devem ser usados como moeda de troca para nos fazermos merecedores da bênção do Senhor. Na verdade, imerecidos que somos (Rm 3.23), a prática do jejum e oração ajuda a nos alinharmos com a sua Palavra e a sua vontade soberana.

1- Exemplos de Jejum bíblico
  • Demônios eram expulsos (Mt 17.14-21)
  • Presbíteros eram consagrados (At 14.23)
  • Nínive foi salva do juízo divino (Jn 2-3)
  • Israel celebra um dia de jejum - Dia da expiação (Nm 29.7; At 27.9)
  • Paulo jejuou 3 dias (At 9.9)
  • A igreja de Antioquia jejuou (At 13.2)
  • O Senhor Jesus começou seu ministério com jejum (Mt 4.2)

2- Tipos de jejum
  • Normal: abstinência de alimento, mas não de água (Mt 4.2)
  • Absoluto: abstinência de alimentos e água (At 9.9; Êx 34.28)
  • Parcial: abstinência de certos alimentos (Dn 1.12)

3- Formas de jejum
  • Regular, geralmente coletivo (Lv 23.27; At 27.9; Zc 8.19)
  • Público (IICr 20.1-4; Jr 3.6-7)
  • Ocasional ou emergencial (Ed 10.3-5; Js 7.6)
  • Convocado (Ed 8.21-23; Et 4.16-17)
  • Pessoal (Dn 9.2-3)

4- Propósitos do jejum
  • Buscar direcionamento de Deus (Dt 5.31)
  • Receber a Palavra (Dt 9.9-11)
  • Interceder pela nação (Dt 9.18-20; 25-29; Dn 9.3)
  • Enfrentar satanás e suas tentações (Mc 9.29; Mt 4.1-2)
  • Para humilhar-se diante do Senhor (Sl 69.10; Ed 8.21)

5- Duração
  • Deus deve nos dar a direção
  • Uma noite (Dn 6.18)
  • Um dia (Ed 8.21-23)
  • Três dias (Et 4.3)
  • Vinte e um dias (Dn 10.2-3)
  • Quarenta dias, Moisés (Êx 24.18; 34.28; Dt 9.9-18); Elias (IRs 19.8); Jesus Cristo (Mt 4.2)

6- Quando devemos jejuar
  • Quando o Espírito Santo nos orienta (Lc 4.1-5)
  • Quando a igreja é chamada para isso (Jl 1.14-2.15)
  • Quando se prepara para o ministério (Mt 4.2)

7- Como jejuar?
  • Arrependimento e perdão (IJo 4.8)
  • Ore sem cessar (ITs 5.17)
  • Não faça propaganda (Mt 6.16-18)
  • Devemos nos humilhar (Sl 35.13)

Se você tem problema de saúde, a prática do jejum deve ser antecedida pela orientação médica. Jejum não é contra o nosso corpo, mas contra a nossa carne. Não é regime e nem penitência.
 
 
Que o Santo Espírito nos direcione ao verdadeiro e importante ato de jejuar


Bp Erisvaldo Pinheiro Lima
Estudos ministrados durante o mês de Fevereiro de 2017
Comunidade Evangélica Arca da Aliança 

Fontes de pesquisas:

Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia de estudo Dake - Finis Jennings Dake
Comentário Bíblico Moody - Editado por Everett F. Harrison
Restaurando doutrinas da Igreja do primeiro século: manual para formar discípulos. Marcelo Miranda Guimarães. Ed. Ames


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Batalha Espiritual: O império das trevas

Diferenças entre o Reino da Luz e o império das trevas e suas influências no nosso dia-a-dia

O império das trevas

Há uma realidade espiritual invisível e ativa que atua em nosso meio (2Rs 6.15-17). Isso nos deixa em meio à uma luta espiritual, onde nossa perseverança em oração e o avanço no conhecimento da Palavra do Senhor podem realizar proezas (Dn 11.32). Uma das ações do inimigo é aprisionar pessoas, deixando-as em situações deploráveis (Lc 13.16). Por isso, o Senhor Jesus se manifestou para tirar pessoas das trevas e conduzi-las para sua luz (At 26.18, 1Jo 3.8). Avancemos, pois, em conhecer o inimigo de nossas almas:


  • Império das trevas  

Repare que houve um tempo em que todos os anjos rejubilavam a Deus. Essa descrição da criação feita pelo próprio Deus em resposta a Jó, mostra que durante a criação inicial da terra, todos os anjos cantavam diante da demonstração de seu poder de criação. Essa cena ocorreu antes da queda de Lúcifer e de sua rebelião.

Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-me saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam? (Jó 38.4-7)

Hal Lindsey, estudioso da palavra, esclarece que há um intervalo entre Gn 1.1 e Gn 1.2. O autor explica que a palavra hebraica "bara", que significa "trazer a existência algo que não existe", somente é empregada em Gn 1.1, se referindo à criação inicial; em Gn 1.21, onde é descrito a criação de todas as criaturas sub-humanas; e em Gn 1.27, onde descreve a criação do homem. As outras palavras empregadas para a criação remetem ao sentido de "restauração".

Assim, em Gn 1.1, Deus cria uma terra perfeita. Em seguida, ocorre algo misterioso e incrivelmente impactante ao ponto de abalar a terra, deixando-a sem forma e vazia. Esse acontecimento teria sido em consequência à rebelião liderada por Lúcifer. Aliás, a expressão hebraica para o termo "sem forma e vazia" é "tohu-wa-bohu", que significa algo que resultou de uma catástrofe. Então, de Gn 1.2 em diante, Deus passa a restaurar a terra para colocar o homem como centro da criação.

Sobre Lúcifer, o líder da rebelião contra Deus, a palavra o descreve como um rei, cuja força influência o príncipe de Tiro que queria assumir uma divindade:

  • Em Ez 28.1-2, um príncipe é apresentado como um homem que elevou tanto o seu coração que se considerou como um deus.
  • Em Ez 28.12, um rei é apresentado como o verdadeiro poder que está por traz daquele príncipe.

Há outros homens na Bíblia que também se consideraram um deus:
  1. Senaqueribe: II Rs 17.33-35
  2. Faraó: Ez 29.3
  3. Nabucodonozor: Dn 3.15; 4.30
  4. Herodes: At 12-21-23
  5. O homem do pecado: II Ts 2.3-4

Percebemos, então, que é Lúcifer quem influencia estes homens a assumirem uma posição de deus na terra. Atentemos para o último da lista, o homem do pecado, pois ele ainda virá. É o anticristo que, sob influência direta de Lúcifer, também assumirá uma divindade na terra.

A beleza, força e perfeição de Lúcifer é detalhada no restante do texto de Ez 28. Veja:
Tu és o aferidor de medidas. Cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, no jardim de Deus; todas as pedras preciosas o enfeitavam: sárdio, topázio e diamante, berilo, ônix e jaspe, safira, carbúnculo e esmeralda. Seus engastes e guarnições eram feitos de ouro; tudo foi preparado no dia em que você foi criado. Você foi ungido como um querubim guardião, pois para isso eu o determinei. Você estava no monte santo de Deus e caminhava entre as pedras fulgurantes. Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você. Ezequiel 28:12-15

Este texto é uma lamentação. O Deus de misericórdia e justiça lamenta a condenação justa de seu principal anjo. Repare nas descrições que o anjo caído recebe nesta lamentação:
  • "aferidor de medidas": mostra que ele era um padrão de perfeição;
  • "cheio de sabedoria e perfeito em formosura": o mais belo e mais sábio entre toda a criação de Deus;
  • "Estavas no Éden..." e no "Monte santo de Deus", mostra o privilégio que tinha ao adentrar em lugares especiais da glória de Deus, e andava em meio às "pedras fulgurantes" (afogueadas), símbolo para indicar a presença purificadora de Deus (veja Is 6.1-6);
  • "Todas as pedras preciosas o enfeitavam": Nove das doze pedras do peitoral do sumo-sacerdote são mencionadas (compare com Êx 28.17-30; 39.10-13; Ap 21.19-20). Isso mostra o plano divino de estabelecer uma criatura com ainda mais relacionamento e intimidade com Deus que Lúcifer teve;
  • "ungido como um querubim guardião": Querubim é um ser angelical de elevada categoria, associado à presença santa gloriosa de Deus. São seres que proclamam a justiça de Deus. "Ungido" mostra o grande favor que Deus o concedeu. Trata-se do mesmo adjetivo usado para o Messias (Cristo: Ungido). A palavra hebraica para "guardião" significa literalmente "quem conduz". Mostrando, então, que era um líder dos seres angelicais, que, consequentemente, os guiavam para o louvor a Deus.

De fato, era o mais grandioso ser que Deus criou, um ser que tinha força, sabedoria, beleza, privilégio e autoridade. Seu nome significa "o brilhante". O versículo 15 diz que ele foi perfeito desde o dia que foi criado. Sim, ele foi criado. Isso mostra que o texto somente pode se referir ao um ser que foi criado por Deus. Os homens foram nascidos. Somente Adão foi criado. Por isso, o texto aponta para Lúcifer, um ser angelical que foi criado por Deus. 

Assim, Lúcifer era perfeito em seus caminhos ATÉ QUE...

Foi encontrado iniquidade no coração dele. Isto marcou o fim de Lúcifer e o início de Satanás. O que ocorreu? Qual foi essa iniquidade? O texto de Is 14.12-20 responde isso:
Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no seu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo. Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão e dirão: É este o varão que fazia estremecer a terra e que fazia tremer os reinos? Que punha o mundo como um deserto e assolava as suas cidades? Que a seus cativos não deixava ir soltos para a casa deles? Todos os reis das nações, todos eles, jazem com honra, cada um na sua casa. Mas tu és lançado da tua sepultura, como um renovo abominável, como uma veste de mortos atravessados à espada, como os que descem ao covil de pedras, como corpo morto e pisado.


  • Deus, o conhecedor de tudo em todos, identificou a iniquidade no coração de Lúcifer. Repare que suas ações ainda não haviam acontecido, mas Deus sondou o coração do anjo de luz e soube o que lá dentro se dizia: "e tu dizias em teu coração". São cinco verbos, todos no tempo futuro, mostrando que ainda era um plano no coração de Lúcifer:

SUBIREI - EXALTAREI - ASSENTAREI - SUBIREI - SEREI

  • A bela expressão "estrela da manhã" em hebraico é hêlel, que significa "a brilhante" ou "o luzeiro";
  • "Filha da alva" é a mesma locução adjetiva usada em Jó 38.4-7 para descrever os seres angelicais;
  • "É este...?" Expressão de espanto quando Satanás for desmascarado diante de toda terra (Ap 20.2). Veja suas influências:
  1. Fazia estremecer a terra
  2. Fazia tremer os reinos
  3. Punha o mundo como um deserto
  4. Assolava as cidades
  5. Não deixava os cativos ir soltos para a casa deles
Em seguida, temos a justa condenação de Satanás:
  • "És lançado de tua sepultura":
  1. Como um renovo abominável
  2. Como uma veste de morto atravessado à espada
  3. Como os que descem ao covil de pedras
  4. Como corpo morto e pisado


Nomes:
Satanás – significa acusador (Jó 1:6)
Destruidor – hebraico: Abadom, grego: Apoliom (Ap 9:11)
Belzebu – significa rei das moscas (Mt 12:24)
Belial – significa imprestável (2 Co 6:15)
Inimigo – ele nunca está do nosso lado (1 Pe 5:8)
Diabo - significa mau, difamador (Mt 4 e Lc 4)
Lúcifer - significa luzeiro, filho da alva (Is 14.12)

Seus títulos:
Maligno (Jo 5.19)
Tentador (1Ts 3.5)
Príncipe deste mundo (Jo 12.31)
Deus deste século (2Co 4.4)
Príncipe das potestades do ar (Ef 2.2)
Acusador (Ap 12.10).

Suas representações:
Serpente (Ap 12.9)
Dragão (Ap 12.3)
Anjo de luz (2Co 11.14)

Tem personalidade homicida, mentirosa e adversária (Jo 8.44, 1Pe 5.8).

Possui limitações (1Jo 4.4, 5.18, Pv 18.21, Ef 5.19-21, Tg 4.7). Não consegue ler nossa mente (Sl 139). Não pode contra a igreja do Senhor (Ef 6.11, Lc 10.19, Mt 16.18).


  • Satanás

Significa “aquele que resiste, que se opõe, que ataca”. Sua ação é pouco mencionada no Velho testamento. E em alguns casos, sua ação era ordenada pelo próprio Deus. Veja estes versículos:

E sucedia que, quando o espírito mau da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mal se retirava dele. 1Sm 16.23

Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar a Israel.


E ele mostrou-me o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do SENHOR, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor.
Mas o Senhor disse a Satanás: O Senhor te repreenda, ó Satanás, sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreenda; não é este um tição tirado do fogo?
Josué, vestido de vestes sujas, estava diante do anjo.
Então respondeu, aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estas vestes sujas. E a Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de vestes finas.


E disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do Senhor.


Repare que nos casos de Jó e Saul, a ação de satanás vinha das ordenanças de Deus. Já nos casos de Davi e Josué, satanás aparece em cena influenciando e se opondo contra os líderes de Israel.

Ainda assim, a mais que esses trechos acima, pouco é mencionado da ação de satanás no Velho Testamento.



  • Diabo

Significa “mau, difamador”.

No Velho Testamento não aparece a palavra diabo. O significado do seu nome parece um pouco mais forte que o significado de satanás. Nisto está a diferença entre satanás e diabo. Esse conceito de ‘mal’ somente é revelado no Novo Testamento. Jesus Cristo revelou claramente a verdadeira identidade de satanás, como fonte e origem do mal na terra. Cristo faz essa diferenciação na tentação (Mt 4 e Lc 4). Nestes trechos, Cristo deixa claro que o mal provinha do diabo e que deveria ser combatido pela Palavra. Lembre-se que o Senhor Jesus ensinou aos discípulos a orarem pedindo ‘livra-nos do mal’. Esse tipo de ensino e conceito ainda não havia no Velho Testamento. Inclusive quando Cristo enviou seus discípulos para a obra, Ele promete dar poder para que nenhum mal não cause dano algum (Lc10.19).


  • Equilíbrio bíblico

O segredo para o sucesso na batalha espiritual é encontrar o equilíbrio bíblico. A luta contra o pecado é dentro de si mesmo (Rm 6), e contra o diabo (Ef 6.10-18). Precisamos encontrar esse equilíbrio para não darmos ‘ibope’ ao diabo, e muito menos sermos negligentes com suas ações opositoras contra o povo de Deus.

Veja que em Lc 4, logo após a tentação no deserto, O Senhor Jesus operou dois milagres. Ele curou um endemoniado em Cafarnaum, que inclusive estava dentro da sinagoga, e curou a sogra de Pedro. Repare que o mal na vida do primeiro homem era oriundo da ação do diabo, mas a enfermidade da sogra de Pedro é chamada apenas de febre, sem nenhuma alusão à ação do diabo. Essa diferenciação é importante. Há enfermidades oriundas de ações malignas. E também há enfermidades oriundas de causas simples e naturais. Que o Espírito nos ensine a sermos equilibrados, não negligentes e não alarmistas.


Deus nos abençoe nessas batalhas diárias!


Bp Erisvaldo Pinheiro Lima
Estudo ministrado na Escola de Profetas em Outubro de 2016 (reeditado em Agosto de 2017)
Comunidade Evangélica Arca da Aliança


Fonte de estudos:

Hal Lindsey, SATANÁS ESTÁ VIVO E ATIVO NO PLANETA TERRA - UMA ANÁLISE PROFUNDA DA AÇÃO DO PRÍNCIPE DAS TREVAS NESTE MUNDO. Editora Mundo Cristão. 

COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY. Editado por Charles P Pfeiffer e Everett F Harrison. Editora Batista Regular do Brasil

Robson Rodovalho - Batalha Espiritual - Editora: Sara Brasil

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

As 4 mulheres da genealogia de Jesus

As quatro mulheres da genealogia de Jesus
Mt 1.1-17

Genealogia nem sempre é a leitura preferida de alguns cristãos. Em minhas primeiras leituras bíblicas, confesso que eu pulava esses trechos de fulano que gerou beltrano. Já ouvi vários outros relatos assim de crentes sinceros. Mas, verdade é que, como em toda Palavra de Deus, as genealogias contêm ensinamentos profundos para seus humildes leitores.

Nos primeiros versículos do Novo Testamento, podemos meditar na genealogia do Senhor Jesus. Há nomes importantes de reis e patriarcas. Davi, Salomão, Abraão, Isaque e Jacó, são alguns ilustres nomes que estão na ascendência de Cristo. Uma bela genealogia com mais de 40 nomes. Nesta lista há algo digno de nossa meditação. No meio dessas dezenas de nomes, há o registro de 4 mulheres. São as 4 mulheres da genealogia de Jesus. Observe-se, querido(a) irmão(ã) o paralelo dessas 4 mulheres com Cristo e permita que o Espírito Santo fale contigo:


  • Tamar
Nome da mulher de Her, filho de Judá. Depois que ficou viúva, teve dois filhos gêmeos: Perez e Zerá, cujo pai era o próprio sogro de Tamar (Gn 18.6-30).

  • Raabe
Nome de uma meretriz que morava em Jericó e cuja habitação ficava sobre o muro da cidade. Ela recolheu em sua casa os espias enviados por Josué para explorar a cidade. Escondeu-os, quando estavam em perigo de serem presos, e com uma corda os fez descer pelo muro, de onde saíram para o campo israelita (Js 2.1-24). Com a tomada de Jericó, Raabe e toda a sua família foram poupados e incorporados ao povo de Deus (Js6.22-25; Hb 11.31; Tg 2.25)

  • Rute
Nome de uma mulher moabita, casada com Malom, efrateu, de Belém. Elimeleque, seu sogro, seu cunhado e seu marido morreram. Rute abandonou sua terra natal para acompanhar sua sogra Noemi para a terra de Belém. Quando recolhia espigas nos campos de Boaz, foi favorecida por ele. Boaz a tomou como esposa, depois que um parente mais próximo abriu mão de seus direitos.

  • Da que foi mulher de Urias (Bate-Seba)
Nome de uma filha de Elião, mulher de Urias, o heteu. Foi com essa mulher que o rei Davi pecou tão envergonhosamente, e com quem se casou, depois que planejou a morte de Urias, seu esposo (2Sm 11.3-4; 12.24)


Vejam, amados(as), que o Senhor Jesus era descendente dessas 4 mulheres. Uma adúltera, uma moabita, uma prostituta e uma que se deitou com o sogro. O sangue dessas 4 mulheres corriam nas veias do nosso Senhor. Esta é a história dos antepassados de Cristo, ou porque não dizer, da família dele. 

Sua família tem histórias as quais você não se orgulha?

Os nomes registrados nesta genealogia estão ali bem estampados no início do Novo Testamento. É como se houvesse um destaque. Uma sequência de nomes importantes, porém, com relatos bíblicos nada honrosos. E todos apontam para Cristo. Aquele que, por meio dele, TODAS AS FAMÍLIAS SERÃO BENDITAS (Gn 12.1-3). Aquele que teve um histórico de antepassados familiares um tanto que desonrosos, sabe transformar uma história familiar. Oro ao Senhor que o Espírito Santo nos ensino isso. Não há história de família tão difícil que Ele não possa tornar bendita!

Mesmo com toda uma herança genética pecaminosa, o Senhor Jesus não pecou. Seu sangue é puro e oferecido gratuitamente a tantos que, como eu, tiveram um histórico familiar complicado. 



Que o sangue puro do Cordeiro de Deus possa purificar toda sua família,



Bp Erisvaldo Pinheiro Lima  
Mensagem ministrada em Setembro de 2016.
Comunidade Evangélica Arca da Aliança


Fonte de pesquisa:

Novo Dicionário Bíblico- Jhon Davis - Ed Hagnos

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

4 princípios imutáveis de Gênesis

4 princípios imutáveis da criação do Senhor Deus
Gênesis 1-4

Os primeiros capítulos da Bíblia Sagrada contém princípios que não mudaram ao longo da jornada bíblica. A narrativa da primeira família nos mostram, pelo menos, 4 destes princípios. A essência e o fundamento daquilo que o Senhor Deus planejava ao homem pode ser notado nestes princípios. Veja, querido leitor, e permita que o Santo Espírito fale contigo:


  • Família
A criação do homem e da mulher envolveram ações diretas do Senhor Deus. Ao contrário do restante da criação, que foi criada a partir da palavra que o Senhor liberara (haja luz e houve luz), Adão e Eva foram criados pela própria mão e ciência de Deus. Adão com elementos da terra e Eva com elementos de Adão. Há algo muito importante nisso. Uma atenção e um cuidado a mais para a criação da primeira família. As únicas criaturas criadas pelas mãos do Senhor, Adão e Eva, com o objetivo de constituírem uma família. Que possamos, também, empregarmos toda nossa dedicação, cuidado e atenção, quando formos tratar de assuntos relacionados à família!

Observe que ao longo do segundo e terceiro capítulo de Gênesis, Deus vai dar várias instruções à Adão: "Deus os abençoou e lhes disse: frutificai, e multiplicai-vos"; "eis que vos tenho dado toda erva... para mantimento"; "todo animal do campo e toda ave do céu, trouxe a Adão, para este ver como chamaria"; "deixará o varão o seu pai e sua mãe e apegar-se-á à sua mulher e serão uma só carne".

Estas instruções mostram o quanto Deus acompanhava e ensinava o primeiro casal. Deus estava mesmo educando Adão e Eva. Uma boa quantidade de tempo e instrução foi empregada. Mas, perceba, querido leitor, que em se tratando dos filhos de Adão e Eva, Deus não os instruíram como fizera com seus pais. Deus ensinou muitas coisas a Adão e Eva, mas eram estes que deveriam ensinar a seus filhos. A obrigação de educar os filhos era dos próprios pais. Aquilo que Adão e Eva aprenderam com Deus, deveriam ensinar a seus filhos. Há um princípio imutável nisso, nos escritos do Novo Testamento, vemos que os ministros da igreja eram escolhidos, tendo, dentre outros, a administração do lar como critério (1Tm 3.4; Tt 1.6). Que possamos, enquanto pais, aprendermos muito com o Senhor, para podermos ensinar e educar nossos filhos no caminho que eles devem andar. A semelhança do que Deus fez com Adão e Eva, possamos empregar uma boa quantidade de tempo e instrução aos nossos filhos.

  • Obediência
O segundo princípio que vemos nos primeiros capítulos da Palavra de Deus é o da obediência. O princípio da obediência é bem simples. Ao quebrarmos, sofreremos suas consequências. Se Adão e Eva comessem da árvore da ciência do bem e do mal, morreriam. Deus disse: 

De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

Na tentação de Eva há algo que precisamos observar. Compare a ordem que o Senhor liberou acima, com a resposta da primeira mulher:

... mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem dele tocareis, para que não morrais.

Perceba que Eva acrescentou algo ao que o Senhor disse. Veja que Deus ordenou: "não comereis", porém Eva respondeu à serpente que "Deus disse: não comereis... nem tocareis". Parece algo insignificante, mas quando acrescentamos coisinhas a mais no que Deus realmente falou, estamos na beira da queda! Dessa resposta desencadeou as insinuações da serpente que levaram à desobediência de Eva, e depois de Adão. E com a desobediência veio a consequência. Este é um princípio que não mudou. O próprio Filho de Deus, já com seus discípulos, libera a declaração: "Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos  (João 14:15). Que possamos aprender com expulsão de Adão e Eva do Jardim do Édem que nossas desobediências continuam gerando terríveis consequências.


  • Ofertas
O ato de ofertar ao Senhor, parecia ser algo bem natural dos filhos de Adão. O texto bíblico diz:
"E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor"
"E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura"
Veja que estas ofertas não foram solicitadas por Deus, e nem o texto menciona uma data especial. Apenas diz que "ao cabo de dias" Caim e Abel levaram uma oferta ao Senhor. Um ato voluntário e fruto do relacionamento deles com o seu Senhor.

Se há uma normalidade no ato de ofertar dos filhos de Adão, há, também, um critério de avaliação da parte de Deus para receber essas ofertas. E isso é muito sugestivo. Deus avaliou as ofertas trazidas por Caim e Abel. As ofertas de Abel foram aprovadas, e as de Caim, não. Deus avalia ofertas! Gerações e gerações se passaram depois disso, e vemos nos Evangelhos (Lc 21 e Mc 12) o Filho De Deus diante da arca do tesouro, observando as ofertas que ali era depositadas. Ocasião em que, mais uma vez, Deus se atentou para a oferta da viúva. Que o Espírito Santo nos ensino esse princípio!


  • Natureza caída do homem
Este último princípio que iremos meditar, nos mostra que a natureza humana é pecaminosa. Depois do assassinato de Abel, Caim "saiu diante da face do Senhor". A segunda geração humana já se distanciando de Deus. Ele ainda teria um irmão, chamado Sete, mas a Bíblia num relata mais contato entre eles. De Sete nasceu Enos, terceira geração humana, e aqui sim, a Palavra vai relatar que "se começou a invocar o nome do Senhor". Dessa linhagem de Enos que vai nascer Noé e a terra vai passar pelo juízo divino. Mas é da outra linhagem, a de Caim que quero chamar atenção. Na sétima geração humana, da linhagem de Caim, a Palavra vai relatar que Lameque teve duas mulheres, antes não há relato de bigamia. E ainda, que esse Lameque fazia menção de que Caim seria vingado 7 vezes, mas ele, Lameque, 70 vezes 7. Lembre-se, caro leitor, que essa expressão foi usada no diálogo entre Pedro e o Senhor Jesus (Mt 18), mas num contexto de perdão. 

Quero enfatizar mais uma vez. Na primeira vez que a expressão "70 x 7" é usada na Bíblia, a intenção é de vingança. Enquanto que quando o Senhor Jesus a usa, a intenção é de perdão. Veja então que o primeiro "70x7" está relacionado com a situação caída do homem. Geração após geração mostrando o quanto que a natureza do homem é vingativa, pecaminosa. Mas o "70x7" é mencionado mais uma vez na Bíblia, agora pelo Senhor Salvador da humanidade, para perdão.

A natureza caída do homem é um princípio registrado nas primeiras páginas da Bíblia Sagrada. Mas, para nossa redenção, a missão de salvação dada pelo Pai ao Filho é executada nas primeira páginas do Novo Testamento. Os filhos de Adão herdaram sua corrupção, mas o Filho de Deus trouxe a definitiva salvação. Enquanto que os filhos de Adão se distanciaram do Senhor, o Filho de Deus trouxe, mais uma vez, os homens para perto. Se a natureza do homem é "70x7" de vingança, a de Cristo é de "70x7" de perdão.


Nos humilhemos, pois, diante dEle, e rendemos honra e glória. Que isso seja imutável em nós.

Que a salvação gratuita do Filho de Deus seja imutável na sua vida.

Bp Erisvaldo Pinheiro
Comunidade Evangélica Arca da Aliança
Mensagem ministrada em Novembro de 2016
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