Assim, se acabou toda obra que Salomão fez para a Casa do SENHOR; então, trouxe Salomão as coisas consagradas de Davi, seu pai; a prata, e o ouro, e todos os utensílios, e pô-los entre os tesouros da Casa de Deus. 2 Crônicas 5:1 |
Bp Erisvaldo Pinheiro Lima
Palavra ministrado em 07/07/2013
No relato bíblico do livro de Crônicas há uma especial descrição do Templo de Salomão, uma suntuosa construção que durou cerca de sete anos. Os números impressionam: 153.600 homens trabalharam nesta construção; somente os custos dos trabalhadores que o rei Hirão enviou a Salomão ultrapassam a casa dos 18 milhões em produtos como o trigo malhado, a cevada, o vinho e o azeite; o Santíssimo Lugar fora forrado com outro fino, do peso de 600 talentos, que equivalem a 21 toneladas, totalizando mais de 40 milhões em dólares atuais; até mesmo cada prego que fora usado no Santíssimo Lugar pesava 50 ciclos, correspondente a seiscentos gramas, dando um total de $ 1.631,00 cada prego! os tanques no Altar de sacrifícios, aqui chamados de mar de fundição, cada um, de dez no total, suportava 800 litros de água, que eram diariamente trocadas para as adorações cerimoniais. Realmente uma casa magnífica feita para sacrifícios a um Deus magnífico.
Aprouve o Senhor, cuja morada construída por mãos humanas não poderia conter e abrigar sua glória (At 17.24), inspirar o escritor de Crônicas para nos deixar um rico relato com os detalhes da construção deste grande templo. Um templo cujo seus detalhes aponta para uma obra do Senhor ainda mais magnífica, o templo de Cristo! Afirmamos isso por pelo menos três motivos. Primeiro, apesar de carregar o nome de templo de Salomão, a glória desta grande obra não poderia ser dada ao sábio rei, foi Deus quem lhe deu sabedoria. A inspiração dos detalhes do templo veio do Senhor. Segundo, note a semelhança, que não pode ser acaso, entre o preparo que o rei Davi teve em deixar tudo pronto para que seu filho edificasse o templo, e o preparo que Deus Pai deixou para que seu filho Jesus edificasse sua igreja. Lembre-se que o templo de Salomão fora edificado no Monte Moriá, mesmo local onde Deus proveu o sacrifício para Abraão quando foi provado e ofereceu seu filho unigênito (Hb 11.17) E, por último, os detalhes da construção deste templo nos transmite profundos ensinamentos.
É sobre cinco destes detalhes do magnífico templo, querido leitor, que vamos meditar e relacioná-los com o templo de Cristo. Uma mensagem que terá efeito sobre aqueles que são templo do Espírito (1Co 3.16) e corpo de Cristo (1Co 12.27). Medite, e deixe o Espírito de Sabedoria falar contigo:
- Fundamento: a primeira etapa da construção foi o fundamento. Com delimitações estabelecidas de sessenta por vinte côvados, ou vinte e sete por nove metros. E toda obra deveria ser erguida a partir deste fundamento. A construção, o crescimento, o acabamento, a ornamentação e tudo quanto mais fosse feito partiria deste fundamento. Há uma ferramenta na construção civil chamada prumo, que é usado para que a obra seja levantada exatamente na vertical partindo da base. Meu querido, seu ministério poderá ter um crescimento da altura que o Senhor desejar, mas não poderá sair do fundamento. Uma obra que está crescendo e sair do fundamento tende a cair. Templo precisa de fundamento, Jesus e seu evangelho simples, mas que tem poder para salvar, é o fundamento.
- Madeira de faia e ouro de Parvaim: As paredes do templo fora forrada com madeira de faia e coberta de ouro em seu interior. Este é um tipo de madeira muito seca, de secagem demorada e difícil de serrar por ser muito dura. Por isso é usada para ferramentas, em instrumentos musicais e lenha. Somos como esta madeira de faia também. A dureza de nossos corações faz com que o processo de libertação seja demorado e de difícil mudança de certos costumes. Mas, ainda assim, somos úteis na casa do Senhor. Difíceis, mas úteis. Mesmo com esta dureza de coração, mas estando na casa do Senhor, somos forrados com a unção do Espírito Santo e nos tornamos como ferramentas, ou instrumentos nas mãos do Senhor, ou até mesmo lenhas para queimar a chama do Espírito. A visão externa do templo de Salomão era muito magnífica, mas uns poucos sacerdotes poderiam contemplar o brilho do ouro que forrava o interior do templo. Assim também é no templo de Cristo, o interior deve ser mais glorioso. Teu coração, querido, é mais caro que tua aparência. O ouro usado no templo era de um lugar chamado Parvaim, lugar inóspito e nada convidativo, mas que fora extraído o mais puro ouro na época. Nosso coração, querido, por mais que tenha sido lugar inóspito e nada santo, mas com o brilho do Espírito, será lugar onde se extrairá obras de excelência para glória do Senhor.
- Pedras preciosas: Algumas pedras preciosas são de origem vegetal que passa por um processo de petrificação, que quando lapidado e polido passa a ser usado como adorno de grande valor. Somos estas pedras preciosas no templo de Cristo. Não tínhamos muito valor, vivíamos vegetando sendo levados pelos impulsos pecaminosos. Mas passamos por um processo de petrificação, no sentido de mudança e total transformação ao nascer de novo em Cristo. E mesmo depois de petrificados, ainda somos lapidados e polidos pela Palavra do Senhor. Lapidados e polidos para sermos usados como adorno de grande valor no templo de Cristo.
- Altar de sacrifícios e doze bois de bronze: O número de bois do altar de sacrifício é o mesmo número de tribos da Antiga Aliança e, também, o mesmo número de apóstolos da Nova Aliança. Aponta para o número do povo de Deus. O sacrifício de Jesus é perfeito e completo, mas como corpo de Cristo, também somos levados para o altar de sacrifícios. Onde sacrificamos nossa vontade, nosso "eu", abrimos mão de tudo aquilo que pode corromper a santidade. Um sacrifício de alto valor, pois o boi era o mais caro sacrifício no sacerdócio levítico. Os doze bois no altar de sacrifício nos lembra que também devemos nos sacrificar tomando nossa cruz e seguindo Jesus (Mt 10.38).
- Os querubins do Santo dos Santos: Estes querubins não são os mesmos do propiciatório. Seus rostos viravam para o templo, enquanto que a ponta de suas asas se tocavam na parte superior da parede e a ponta das outras asas se tocavam na parte debaixo da parede. Formava-se um círculo, uma representação de uma aliança. No lugar mais santo do templo havia uma representação de uma aliança. Aliança para Deus ainda é algo santo. Passamos a fazer parte do templo de Cristo, quando fazemos uma aliança com o Senhor. Uma aliança cara, comprada com preço de sangue inocente. Uma aliança forte e santa. Na parte de cima, um Deus santo e perfeito, na parte debaixo, um pobre pecador, mas com esta aliança há uma união entre santo e o pecador. Não merecemos, e nem poderíamos comprar esta aliança, e o que nos surpreende e nos alivia, é que ela é de graça.
Pense nisso...
Faça esta aliança com Deus, querido leitor, e seja uma pedra preciosa no templo de Cristo. Somos madeiras de faia, mas o Senhor quer nos cobrir com o brilho do seu Espírito. Vimos de lugares inóspitos, mas o Senhor quer tirar boas obras do nosso coração. Nascemos de novo para este templo do Senhor, poderemos até chegarmos em lugares altos lá, se Ele quiser, mas não podemos sair do fundamento. Presencie a glória de Deus de perto, fazendo parte do mais magnífico templo de todos os tempos, não edificado por mãos humanas, mas pelo próprio Deus, o templo de Cristo.
Que a graça do Cordeiro seja sempre uma aliança para você e sua casa,