segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Recomendações para quem luta contra pecados insistentes e resistentes

Rm 1.16-32


Antes da leitura da mensagem, leia em oração o texto de Rm 1.16-32


Nesses 14 anos de ministério a Cristo, tenho aprendido 2 coisas importantes. Primeiro é que sou um grande pecador. Segundo, é que tenho um grande Salvador. 


Como pecador confesso, quero liberar 7 conselhos para algum outro pecador que Deus preparar para receber essa palavra. 


Quando Cristo me chamou de uma forma irresistível, vários pecados se desprenderam de mim. De fato, percebi que eu era uma nova criatura. Em pouco tempo, porém, percebi que alguns outros pecados ainda estavam em mim. Eram resistentes e insistentes. Lutei com todas as minhas forças contra eles, mas fui vergonhosamente derrotado. 


Se tem mais algum humilde servo do Senhor que queira ouvir algumas recomendações sobre como lidar com esses pecados resistentes e insistentes, acredito que posso lhe dar 7 conselhos.


Mas antes, preciso fazer algumas considerações:


Não tem como falar de pecado sem antes falar da ira de Deus. A justiça de Deus requer punição para o pecado. Ira e justiça são atributos divinos inseparáveis. O pecado não é algo que passa batido na percepção do Senhor. Há um julgamento divino contra os pecadores não arrependidos. 


Não é que Deus queira que você seja uma pessoa perfeita, entenda, Ele quer que você seja uma pessoa que se arrependa. 


O juízo virá contra aqueles que ignoram a salvação que Deus proveu através da morte expiatória de seu Filho. Ignorar, negar, fazer pouco caso dessa salvação levará uma consequência terrível.


Há de se entender que quando o Senhor não quer que tenhamos uma vida pecaminosa é porque Ele bem sabe a consequência disso. O pecado faz mal ao próprio homem.


Há 3 entregas de Deus no texto


São 3 abandonos que Deus executa contra aqueles que insistentemente resistem à graça do Senhor. Nesse texto, Deus não pesa a mão nas pessoas. Deus apenas retira sua presença inibidora deles. Deus apenas os entrega às suas próprias escolhas. Deus apenas permite que os desejos do coração siga seu curso. 


A insistência no erro e a voluntariedade de não lutar contra o pecado provoca esse justo juízo de Deus. A frase “Deus jamais abandona ninguém” num faz mais sentido ao lermos nesse texto. Aqui, executando seu juízo, Deus literalmente abandona pessoas. 


É quando Deus tira sua graça do homem. É quando o inibidor de pecados é retirado do homem. A ação impeditiva e de convencimento do Espírito Santo é retirada. E assim, a pessoa, ou o grupo, fica entregue aos seus próprios desejos. Aquele senso que temos dentro de nós é removido. Aquela sensação de gravidade do pecado não é mais sentida. 


O grande comentarista bíblico, o Dr Champlim, chama isso de “bancarrota moral”. Bancarrota é quando o estado está falido, quando o governo declara a incapacidade de pagar seus gastos. A bancarrota moral é quando a moralidade de uma sociedade se desintegra. É quando o indivíduo corrompe seu próprio ser essencial. Ocorre sutilmente, a ponto de se extinguir a consciência de seus atos malignos. Chega até mesmo ao ponto do sujeito se envaidecer de suas maldades. E assim, se substitui a nobreza divina no interior do homem pela vergonha da depravação social. Vale a pena lembrar, que há pouco tempo atrás, nosso Congresso chegou a discutir sobre legalização da pedofilia. 


A cada entrega que Deus faz, a salvação fica mais distante. O homem não salva o homem. Precisamos da ação de convencimento do Santo Espírito para nossa salvação. Tira o Espírito e ficamos incapazes de nos convencermos da necessidade de salvação.


Os que abandonaram a Deus um dia serão abandonados por Deus. E seguirão o rumo de seus próprios desejos internos. O que parece liberdade, de fato, é escravidão a seus próprios instintos. 


Nunca tinha a humanidade vivido tão distante de Deus. Desde o iluminismo do século XXVIII, quando a sociedade deixou de ser centrada em Deus e passou se centrar no homem. Até o nosso tempo do pós-modernismo que prega a falência da verdade e que tudo são apenas hipóteses. É como se o homem levantasse sua voz e entoasse sua independência aos céus. Não há mais uma verdade, não há mais uma verdade absoluta. Tudo é relativo e cada um pode ter sua própria verdade.


Porém, há um grande contraste nisso. Ao mesmo tempo em que o homem se divorcia de Deus, a humanidade mergulha numa onda de doenças emocionais como nunca. É a chamada epidemia oculta. Onde transtornos psicológicos, como a ansiedade e a depressão já são noticiados como a segunda onda de estragos à saúde mundial. 


Percebeu o contraste. O homem resolve viver longe de Deus para viver da forma correta de se viver, para ter liberdade e ser feliz, e tudo que ocorre é uma onda de tristeza e solidão jamais vista. A maior mentira que o diabo inventou é SEJA FELIZ.



A 2ª entrega  


Acredito que o tempo escatológico desta primeira entrega já ocorreu. Acredito que estamos vivendo exatamente o tempo da segunda entrega.


Na segunda entrega, Deus abandona pessoas às suas paixões infames.  


O texto explica que ocorrem assim: as mulheres mudam o uso natural, contrário à natureza. E os homens, deixam o uso natural da mulher, se infla em sensualidade para com outros homens.


Você percebeu que a segunda entrega traz a palavra abandono. Algo muito mais forte. É quando Deus retira sua graça do homem. Naturalmente ocorre morte espiritual da pessoa.


Observe a expressão ATÉ AS MULHERES. Isso porque já se espera que os homens sejam facilmente guiados pelas suas paixões infames. Mas quando até as mulheres o fazem, é porque a degradação moral já está deplorável. Vale lembrar que os homens que seguiam Jesus tiveram que ser convocados pelo Mestre, enquanto que as mulheres o seguiam voluntariamente.


O texto claramente menciona que, quando a prática do homossexualismo não causa mais protesto na consciência, é porque Deus já abandonou a pessoa às suas paixões infames. 


O Dr Champlim nos ensina que nos versículos 26 e 27, os termos mulheres e varões poderiam ser traduzidos melhor por FÊMEA e MACHO, no sentido animalesco mesmo. Assim o apóstolo dá a entender que o coração que Deus abandona, a homossexualidade se torna tão comum como ocorre entre alguns animais irracionais.


Assim, o ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, chega ao nível tão baixo quanto dos animais irracionais. A imagem divina é trocada pela imagem animal. A salvação acaba parecendo algo tão distante.


Vale lembrar o que Lc 1.37 diz que para Deus não há nada impossível. Vale lembrar que o início da leitura que lemos disse que o evangelho de Cristo é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. 


Cremos e temos esperança que todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor para glória de Deus pai. E que por fim a imagem de Deus vai ser restaurada no homem e na mulher!


Vale lembrar a promessa de 2 Pedro 1.4 que diz “Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo”.



Sendo justo ao texto…


Paulo não destaca aqui o pecado da homossexualidade como o pior de todos. De jeito nenhum. A ideia do apóstolo aqui é mostrar que, quando uma determinada sociedade chega ao ponto de perder a consciência de pecado da prática homossexual, é porque os outros pecados já se tornaram tão evidentes, que a negação de Deus já está estampada, ao ponto do Senhor retirar seu dom, seu freio, sua graça. A normalização desta prática é a ponta do iceberg , cujas profundezas estão engessadas de rebeldia voluntária contra Deus. 


Isso também não significa que uma pessoa mergulhada nesta prática esteja irreparavelmente perdida. A máxima é TODOS OS PECADORES PODEM SER REDIMIDOS. 


Esse quadro negro pintado por Paulo nos ensina que somente a graça de Deus, atuando através da redenção de Jesus Cristo, operando por meio do convencimento do Santo Espírito, qualquer sociedade ou indivíduo, qualquer nação, até mesmo a nossa, até mesmo o Afeganistão, podem ser transformados, para muito melhor.



A terceira entrega de Deus...


Aqueles que não se importarem, Deus então os entregarão a um sentimento perverso. 


A graça divina atuando em nós inibe a força do pecado no nosso interior. Verdade é que em Deus, nossa perversidade fica controlada e quieta. Se a ação divina se ausentar, nossa perversidade fica exposta.


E a lista desta perversidade é grande:


  1. iniquidade

  2. prostituição

  3. malícia

  4. avareza

  5. maldade

  6. inveja

  7. homicídio

  8. contenda

  9. engano

  10. malignidade

  11. murmuração

  12. fofoca

  13. aborrecer a Deus

  14. injuriar

  15. soberba

  16. presunção

  17. inventor de males

  18. desobediência ao pai e à mãe

  19. néscios

  20. infiéis aos contratos

  21. sem afeição natural

  22. irreconciliáveis

  23. sem misericórdia

  24. não faz a justiça de Deus

  25. consente com quem não faz



Vale muito a pena, olhar com calma e reflexão para esta lista. Vale mais a pena ainda, orando, pedir que o Espírito nos convença se alguma dessas perversidades ainda atua em nós.


É muito injusto quando selecionamos alguns desses pecados e o temos como “super pecados”. Como se aqueles que eu não cometo seja um grande pecado, enquanto que os que caio com frequência seja menos ofensivo. Repare, meu irmão, que junto com o pecado de homicídio, está o da murmuração. Junto com o da homossexualidade, está o da fofoca. Na mesma lista de perversidade de quem comete prostituição, está o da infidelidade aos contratos. 


Por vezes, usamos boas desculpas pelo nosso erro, afinal, tivemos uma boa intenção. Por muitas vezes, não aceitamos a desculpa pelo erro do outro, afinal, ele teve uma péssima ação. E assim, julgamos os outros pelas suas ações e a nós mesmos pelas nossas intenções. E na balança dos erros, usamos pesos e medidas que nos favorecem. Achamos um absurdo o cisco no olho dele e agimos com normalidade com a trava que tem no nosso. 


Somente se estamos cientes que somos pecadores. Que nosso pecado é horrendo para com nosso Deus Santo. E que, mesmo tendo nascido de novo para Cristo, ainda travamos batalhas contra nossa própria carne, que por muitas vezes perdemos. Assim, iremos então, liberar sete conselhos para os humildes servos do Senhor que lutam contra si mesmos.


  1. Quando você enxergar um pecado, enxergue também o poder do evangelho.

Isso é importante pois, por vezes, fazemos o contrário. Ao ter o dissabor de experimentar uma derrota do espírito contra a carne, o pecado então fica evidente aos nossos olhos. E o perigo nessa hora é esquecer que Cristo já perdoou todos os nossos pecados. TODOS!

Colossenses 2.13-14 “Deus … perdoando todos os nossos pecados e, apagando a escrita de dívida, que nos era contrária e constava contra nós em seus mandamentos, removeu-a do nosso meio, cravando-a na cruz”


Cristo é a justiça de Deus e, ao mesmo tempo, a nossa justiça. Há dois homens na Bíblia que são representativos. Adão, pelo qual morremos. Jesus, pelo qual vivemos. Isso significa que em todas as áreas que fomos falhos, Jesus foi perfeito! E a perfeição de Jesus é a nossa justiça diante de Deus. 


Ao lutar contra algum pecado, temos que nos lembrar de duas coisas. Primeiro, nossos pecados estão todos perdoados. E segundo, Deus nos aceita como justos porque Jesus foi perfeito em obediência à missão dada pelo Pai.


  1. Não vencemos pecados usando nossa força. Pelo contrário, é o Santo Espírito que nos concede poder sobre o pecado.


Repare o que diz Rm 8.13 “se viverdes segunda a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”


Por mais que sejamos fortalecidos, continuamos totalmente dependentes da ação do Santo Espírito. Essa dependência deve ser cultivada diariamente. 


Tenho aprendido isso. Ao iniciar o dia, o Espírito tem me levado a assumir minha dependência nele. Em oração, peço o seu santo poder contra qualquer pecado que, por ventura, venha contra mim. 


  1. Mesmo sendo dependentes do Espírito, ainda continuamos responsáveis na luta contra o pecado.

Somos dependentes do Espírito, mas a decisão de ter uma vida reta é nossa. Essa decisão deve ser diária. Agradar o Espírito é um compromisso firmado todos os dias.


Responsabilidade contra o pecado significa que se você cair, e tomara Deus que não caia, mas se cair, então a culpa não é do diabo e nem de outrem. 


  1. Identificar os pecados que mais combatem em seu coração

Identificar algum pecado depende do convencimento do Espírito. Por isso, aquela leitura das 25 perversidades deve ocorrer de forma humilde e em oração ao Espírito. 


Quando somos convencidos pelo Espírito sobre algum determinado pecado atuando contra nós, então ficamos com maior atenção contra os gatilhos que o disparam. As circunstâncias são identificadas e isso facilita para dar fim ao pecado. 



  1.  Aplicar versículos bíblicos específicos para cada pecado.

O salmista disse “guardei a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti” (119.11)

O humilde servo do Senhor deve se empenhar para memorizar versículos que combatem aqueles pecados que ele luta contra. Anotar esses versos e espalhar por onde o pecado atua também é útil. 


A memorização de um versículo, acompanhada de meditação e oração, vai romper no coração naquela hora da tentação. E será o escape. A provisão do Senhor em sua palavra.



  1. Orar sem cessar contra os pecados resistentes e insistentes 

A contínua oração vai ser fonte de força para o humilde servo do Senhor. Vai ser uma mensagem espiritual que a decisão foi realmente tomada. Vai ser a evidência da dependência ao Espírito e, ao mesmo tempo, o sinal que assumimos a nossa responsabilidade na luta contra o pecado.



  1. Confessar nossos pecados uns aos outros (Tg 5.16)


Alguns amigos meus conhecem bem a minha luta interna. Também conheço os combates deles. Compartilhar nossos embates traz um grande refrigério para o coração. Saímos do isolamento e das armadilhas do acusador. Afinal, a tentação é um mal mais comum do que imaginamos. 


Se queremos avançar nessa luta, precisamos orar uns pelos outros, levar as cargas uns dos outros, encorajar uns aos outros. A vitória é conjunta. É na união que o Senhor ordena a bênção. 



De forma resumida, quero listar os sete conselhos deste pobre pecador para que fique mais fácil de aplicar:

  1. Use o evangelho

  2. Dependa do Espírito Santo

  3. Reconheça sua responsabilidade

  4. Identifique aqueles pecados resistentes e insistentes

  5. Memorize e use versículos correspondentes

  6. Cultive a prática da oração

  7. Chame outros humildes servos do Senhor para estarem ao seu lado


Fecho esta mensagem com a primeira mensagem de João Batista: Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus (Mt 3.2), e também com a primeira mensagem de Jesus Cristo: Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus (Mt 4.17), que é também o primeiro apelo da ministração de Pedro em Pentecostes: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo (At 2.38). 


Que o Santo Espírito nos leve ao caminho do arrependimento. 

Deus nos abençoe.



Erisvaldo Pinheiro Lima

Ministração liberada em Agosto de 2021, na Igreja Santuário do Altíssimo.



Fonte de pesquisa:


Pecados Intocáveis, de JERRY BRIDGES


Comentário Bíblico Antigo e Novo Testamento Interpretado, de Russel N. Champlin


2 comentários:

  1. Prezado Erisvaldo. A cada dia que passa, ao assistir os noticiários, vem em minha lembrança as palavras do apostolo Paulo na segunda carta escrita para Timóteo, no capítulo 3 e versículo 1: estamos envolvidos em tempos trabalhosos.. Só mesmo a misericórdia de Deus para nos manter em segurança.

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  2. Eliseu Gomes, bom vê-lo por aqui. Tu é referência na rede.
    Sim, meu queridão, só mesmo a misericórdia do nosso bom Senhor pra nos guardar. E ainda bem q é renovada a cada manhã, né! rss

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