quinta-feira, 12 de maio de 2022

Esmola, oração e jejum (Mt 6)

 

Contraste entre os antigos padrões e os novos (Mt 6.1-18)

Contraste entre os antigos padrões e os novos (Mt 6.1-18)

  • Hipócritas

No sentido original, significa ator ou profano. O hipócrita é aquele religioso que encena uma vida piedosa, esperando o aplauso de uma plateia que o admira.

A aplicação rasa das escrituras, como os antigos o faziam no capítulo anterior, leva a uma prática religiosa carregada de hipocrisia.

Expressão enfática como o “Eu, porém”, do capítulo quinto, contrasta com os hipócritas. O “eu, porém”, do quinto capítulo salienta o verdadeiro mestre da lei e da religião, em contraste com os falsos mestres. E o “tu, porém”, do sexto capítulo, enfatiza os verdadeiros discípulos do reino, em contraste com os hipócritas, que jamais farão parte desse reino.

Os hipócritas dão esmola, oram e jejuam. Quando dão esmolas, o fazem para serem glorificados pelos homens. Quando oram, o fazem para serem vistos pelos homens. E quando jejuam, o fazem para que aos homens pareça que jejuam. O objetivo da prática religiosa do hipócrita é impressionar o homem.

Em verdade vos digo que já receberam seu galardão. Até ganham recompensas do homem, mas apenas do homem. O Pai, que vê o que está oculto, guarda suas recompensas para aqueles que praticam esses atos religiosos sem objetivo de aplausos ou de recompensas do homem. A prática religiosa tinha por objetivo impressionar os homens. E tinha êxito nisso. Ainda há público para exibições religiosas na igreja atual.

O discípulo de Cristo é ensinado a evitar a ostentação e a autoglorificação, para buscar intimidade de relacionamento com o Pai, para benefício do próximo.

  • Quando
Deres esmolas… orares… jejuardes. Não há uma ordenança que o discípulo pratique esses atos, mas há uma expectativa da parte do Senhor para que os seus o façam. São atos que se esperam de um discípulo. Algo que faz parte de suas condutas. Cristo está corrigindo o foco, e não invalidando a ação. Essas três atitudes ganham um novo padrão aqui. Devem ser praticadas, não para recompensa humana, em secreto e apontadas para Deus.

  • Pai

Em 18 versículos, Cristo menciona o Pai por 10 vezes. O Pai, que vê o que está oculto, ocorre por 4 vezes e que vê em secreto ocorre uma vez. Cristo nos ensina sobre Deus. É o Pai que nos chama para o secreto. Melhor que o aplauso dos homens, a recompensa de momentos a sós com o Pai é ensinada pelo Filho. Ele é o vosso Pai que está nos céus, é o vosso Pai que sabe o que é vos é necessário, é o Pai nosso, e é o Pai que nos perdoa, mediante o nosso perdão ao próximo, mas que não nos perdoa, quando não liberamos o perdão. A intenção do Filho é que os homens compartilhassem de sua preocupação pela consciência de um Deus Pai vivo que operava neles.

  • Esmolas
Na língua falada por Jesus, o termo pode ser traduzido por justiça. A igreja não pode perder o exercício externo de sua fé. A igreja recebe esse chamado de operar essa justiça divina na terra. Em Tg 1.27 se fala sobre a religião pura, que aponta para a necessidade do próximo.

  • Orações
Dificilmente iremos exagerar a importância da oração; e no entanto nos vemos tão preguiçosos em sua prática.


O Pai Nosso devido à sua franqueza, penetra na mente e é facilmente memorizada. É infantil em sua simplicidade; estadistas e homens de rua, filósofos e homens rústicos, bispos e os mais jovens obreiros se reúnem em volta dela

A oração demonstra grande reverência pelo nome de Deus. Jesus só se satisfazia quando o nome de Deus era santificado na conduta diária dos homens, e não por motivo de meras palavras e orações.

  • O Pai Nosso

Pai nosso que estás nos céus
Um Pai de todos. Um Pai que se sabe onde encontrá-lo.

7 petições:

Santificado seja o teu nome
Venha o teu reino
Faça-se a tua vontade
= assim na terra como no céu

O pão nosso de cada dia dá-nos hoje
E perdoa-nos nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores.
E não nos deixes cair em tentação
mas livra-nos do mal


Porque teu é o reino, e o poder e a glória para sempre
Tudo é do Pai


  • Jejuns


Na história dos judeus, nos dias de jejum (oficial, como o dia da expiação e outros, Lv 16.29), os atos de ungir-se e lavar-se eram proibidos, para que houvesse demonstração de tristeza pelo pecado. A unção e a lavagem eram símbolos de alegria (Ecl. 9:8). No oriente era costumeiro ungir a cabeça como preparação para alguma festa. Evidentemente isso era praticado diariamente pelos judeus, exceto em dias de jejum. O — verdadeiro discípulo— do reino do Messias pode jejuar, pode ter tristeza no coração por causa do pecado, pode jejuar até mais vezes que nos dias indicados, mas não deve ostentar o que faz com seus lamentos, exibindo o lado negativo da religião. Pelo contrário, deve dar a impressão que vai para uma festa, evitando assim o olhar aprovador de outros, os quais, de outra maneira, saberiam que está jejuando.

 

Amém.

Erisvaldo Pinheiro Lima

Estudo ministrado em Maio de 2022, na Igreja Santuário do Altíssimo

 

Fonte de pesquisa:
Champlin, Russell Norman, 1933 - O Novo Testamento Interpretado: versículo por versículo: Volume 1: Artigos introdutórios, Mateus, Marcos / Russell Norman Champlin. São Paulo: Hagnos, 2002.


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